Por Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - As ações da Rumo (SA:RAIL3) iniciaram o dia com uma queda acumulada de 16% desde o começo do ano. Para o Goldman Sachs (NYSE:GS) (SA:GSGI34), apesar da correção recente, ainda há o risco de mais quedas no curto prazo, enquanto a empresa não conseguir comprovar a sua capacidade de operar em um ambiente de preços e volumes dinâmicos.
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O aumento dos preços dos combustíveis, que já subiram 49% desde janeiro de 2021, é um dos fatores que justificam essa queda no valor das ações da Rumo, segundo o banco. Isso porque a companhia não consegue repassar esse custo aos fretes das suas principais rotas.
Além disso, os analistas do Goldman Sachs estimam que o Brent chegue a US$ 100 por barril até o fim do ano, o que deve impulsionar ainda mais os preços do diesel, enquanto parte dos volumes da Rumo geralmente são bloqueados em contratos take or pay com vários meses de antecedência.
Outro ponto a ser levado em consideração, segundo o banco, é que a Rumo tem pouca exposição na região do norte do Mato Grosso, onde há um maior crescimento da produção de grãos. Isso exige menores preços de frete da companhia, para garantir uma participação competitiva na região.
Olhando do ponto de vista dos fundamentos da Rumo, o Ebitda CAGR atingiu -1% no período entre 2018 e 2021, o que representa uma queda de 7% em termos reais. Desde 2019, a empresa atua com contratos de take or pay mais curtos, de alguns meses, quando até 2018, detinha contratos de três anos.
Isso torna a Rumo mais vulnerável à volatilidade do ciclo das safras, segundo o Goldman Sachs, o que exige maior capacidade de precificação dos serviços de forma mais dinâmica. Assim, fica mais difícil para os investidores atribuírem valor de longo prazo às operações da empresa.
De acordo com o Goldman Sachs, as ações da Rumo são negociadas a aproximadamente 8x EV/Ebitda, abaixo da média histórica de 6 anos de 9,2x, mas em um contexto de maior custo de capital e incerteza em torno das perspectivas de ganhos.
Assim, a recomendação para as ações da Rumo é neutra, com preço-alvo em R$ 18.
Às 16h49, os papéis avançavam 4,37%, a R$ 15,52.