Investing.com – Analistas apresentaram visões distintas a respeito do balanço do Santander Brasil (BVMF:SANB11), divulgado antes da abertura de mercado nesta quarta-feira, 26. O lucro líquido do banco atingiu R$2,26 bilhões de reais no período, 5,5% acima do trimestre anterior, mas um recuo de quase 45% em relação ao mesmo período do ano passado.
Às 11h24 (de Brasília), as Units do Santander subiam 0,27%, a R$29,53.
Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado, o BB Investimentos considerou os dados como neutros, com modesta recuperação sequencial, mas mostrando que o banco ainda enfrenta um cenário desafiador com “mix de crédito menos rentável, crescimento de carteira fraca e motivador marginal da qualidade do crédito”, aponta o analista Rafael Reis.
O BB Investimentos destacou despesas com provisões menores e o avanço da margem financeira, “apesar do menor spread dado o contexto de seletividade do Santander nos últimos períodos, compensado de certa forma pelo volume”.
Para o analista do BB Investimentos, os indicadores trazem alguns alívios, mas sem grandes mudanças de dinâmica do banco, que ainda deve reconquistar a confiança na capacidade de crescimento diante de um portfólio agora mais conservador.
O BB Investimentos possui recomendação neutra, com preço-alvo em R$31,60 para as Units para o final de 2024, “até que vejamos uma dinâmica mais favorável, especialmente na margem com o mercado, no custo de crédito, um crescimento de carteira mais robusto, e reflexos de descompressão na inadimplência”.
Para a XP Investimentos (BVMF:XPBR31), o balanço não apresentou nitidez, impactado por eventos não-recorrentes, mas o momento operacional parece estar melhorando. O lucro líquido recorrente ficou 10% abaixo da projeção da XP.
Conforme evidenciam os analistas da XP Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre, os resultados foram modestos, com desaceleração no crescimento da carteira de crédito e continuidade dos problemas de inadimplência. “No geral, embora ainda pressionados por provisões mais altas e ajudados pelo imposto de renda positivo, vemos a combinação de um balanço saudável com uma margem financeira (NII) melhorada como indicadores antecedentes para melhores resultados no futuro”, avaliam, indicando tarifas pressionadas e queda no índice de cobertura.
A XP não espera grandes oscilações em decorrência do balanço e reforça a recomendação neutra, com preço-alvo de R$34 para as Units.
Também em relatório, o banco BTG (BVMF:BPAC11) disse que o primeiro banco a reportar balanço do segundo trimestre nesta temporada trouxe dados que desapontaram. Segundo os analistas Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel e Thiago Paura, o resultado final ficou 10% aquém das expectativas consensuais.
“O índice de cobertura caiu devido a uma reversão de provisão para perdas com empréstimos, e o core capital em 10,6% oferece pouca proteção para mais dividendos e aceleração do crescimento. Adicionalmente, as perdas potenciais decorrentes da decisão negativa de PIS/Confins da Suprema Corte podem impactar ainda mais o banco”, completa o BTG.
Assim, o BTG reforça a recomendação de venda para as ações, com preço-alvo de R$27 para as Units.