Por Jessica Bahia Melo
Investing.com - Quem investe em Méliuz (BVMF:CASH3) desde seu IPO pode ter se desapontado bastante. A oferta inicial de ações da gestora de programas de fidelidade e cashback saiu a R$10 em novembro de 2020. Após um ‘boom’ inicial, em um momento de taxas de juros mais baratas, a empresa viu seus papéis despencarem recentemente. Somente em um ano, as ações caíram 90%. Nesta sexta-feira, 29, terminaram o pregão cotadas a R$1,05, baixa de 1,87%.
A fintech aposta agora na ampliação para outros serviços financeiros além do cashback em lojas por todo o país, como conta digital gratuita, onde é possível fazer pix, investir em criptomoedas e utilizar o cartão de crédito.
A prévia operacional do segundo trimestre indicou melhoria de alguns indicadores, como o total de compradores, comissões e vendas. No entanto, isso não parece ter animado os acionistas até o momento Os resultados do segundo trimestre serão divulgados no dia 9 de agosto, após o fechamento de mercado.
O que esperar para as ações a partir de agora?
Bull case, tese de alta
Luiz Moran, Head da EQI Research, aponta como ponto positivo da companhia escalabilidade do negócio. “Ela tem um negócio escalável, tem um custo operacional, mas o custo de desenvolvimento do produto está feito”, afirma.
Leandro Siqueira, coordenador da equipe de analistas da Edu Finance Br, acredita que a captação inicial foi em um bom timing e uso do caixa para aquisições foi uma decisão acertada. “A Méliuz tinha uma barreira de entrada muto grande, não aproveitava muito a jornada do cliente somente com o cashback, mas vendeu a tese de que iria se transformar em um serviço completo de banking. Ela ia usar a base de clientes para vender cada vez mais serviços financeiros para eles e dar uma alavancagem operacional para ela”, detalha.
Bear case, tese de baixa
A preocupação com a situação financeira da empresa é unânime entre os analistas.
Flavio Conde, analista de ações da Levante Investimentos, diz que é muito difícil estimar um preço justo da ação com Ebitda negativo. No 1T22, o indicador foi de R$ 17,1 milhões negativos.
“As grandes empresas do brasil raramente têm Ebitda negativo, podem até ter prejuízo por conta de dívida em dólar, mas Ebida negativo é mega preocupante”, reforça.
Além disso, para Moran, a baixa fidelização dos clientes, que são mais sensíveis a preços, também é problema a ser levado em consideração.
Confira mais um episódio do podcast Tese de Investimentos sobre as ações da Méliuz.