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A estratégia do Mirabaud para dobrar ativos administrados no Brasil

Publicado 30.08.2024, 10:54
© Leonardo Camala

Investing.com – Com marca de R$1 bilhão administrados em ativos onshore em oito fundos no Brasil, o multi-family office Mirabaud busca dobrar a posição atual até o final de 2025. Entre as estratégias para atingir esse objetivo, a companhia, que faz parte do grupo suíço bicentenário com cerca de US$34 bilhões sob gestão a nível mundial, pretende abrir seu fundo de renda fixa de crédito privado para distribuição externa por meio de plataformas, para que seja disponibilizado ao público geral ainda neste segundo semestre.

O grupo administra US$4,5 bilhões na América Latina, sendo US$2,5 bilhões no Brasil, considerando alocação onshore e offshore. O objetivo é atingir US$5 bilhões sob gestão em cinco anos.

Em entrevista ao Investing.com Brasil, Urbano de Moraes, CEO, e Fabio Faria, portfólio manager do Mirabaud no Brasil, detalham que originalmente, o produto de renda fixa Mirabaud Tradition foi desenhado somente para investidores de alta renda, com patrimônio em torno de R$10 milhões. Agora, com mais de um ano de existência desde a criação em junho do ano passado, o Mirabaud pretende disponibilizar o ativo em corretoras.

O fundo inclui investimentos em debêntures, títulos bancários, crédito estruturado e títulos públicos. A cotização é em D+0 e liquidação em D+1, com taxa de administração de 0,50% ao ano.

Confira a entrevista com Urbano de Moraes, CEO, e Fabio Faria, portfólio manager do Mirabaud:

Inv.com – Como enxerga as oportunidades de crédito privado neste momento, após um período de expansão neste tipo de emissão?

Fabio Faria – A gente lançou o fundo em junho de 2023, num momento muito bom para o mercado. Ele vinha estressado no crédito privado em função dos eventos da Light (BVMF:LIGT3) e Americanas (BVMF:AMER3) e, nesse momento em que a gente lançou o fundo, o momento era de spreads mais atraentes. O que viemos notando ao longo do tempo foi essa redução, com cenário acalmando um pouco na renda fixa. Ao mesmo tempo, a gente teve uma pressão maior dos fundos multimercados, então acabou tendo uma atração maior para a renda fixa também.

E depois das alterações da legislação dos papéis incentivados, isso também trouxe mais um fluxo também para o crédito. Tiveram algumas ondas, que foram fazendo com que o spread de crédito fosse sendo achatado ao longo desse tempo. Agora, estamos em momento realmente de spreads mais apertados, mas ainda com um bom retorno.

A renda fixa no Brasil é um investimento muito interessante na ponta do incentivado. Sem dúvida nenhuma, ele acaba sendo bastante interessante também pela isenção. A gente não tem fundo incentivado ainda, apenas fundos ‘normais’ de renda fixa, crédito privado, mas é um momento um pouco de cautela para que a gente tenha uma posição de caixa confortável num momento de spreads tão justos.

Inv.com – No caso do fundo de vocês, buscam exposição via debêntures, títulos bancários, crédito estruturado e títulos públicos. Investem em Fidics também? Qual o diferencial do fundo, em sua visão?

Fabio Faria – Hoje, a gente tem uma exposição por volta de 6% a 7% da carteira em FIDCs. A gente gosta muito da estrutura de FIDCs e isso obviamente requer um processo de diligence bastante detalhado junto aos FIDCs, mas é onde a gente vê uma assimetria melhor de risco retorno. Hoje, é possível investir em FIDCs a CDI mais 3,5% ou 4%, em alguns casos. Uma coisa que a gente olha muito no FIDCs é a subordinação. Quer dizer, são FIDCs com alto nível de subordinação, sem contar a questão qualitativa da gestão desses FIDCs .

A gente gosta do investimento em FIDCs e uma parcela importante também acaba sendo em debêntures. A parcela maior dos fundos é alocada em debêntures. E quando a gente fala em debêntures, é uma carteira bem diversificada em termos setoriais e mesmo de emissores, eu estou falando em 50 nomes, mais ou menos, em que a gente diversifica essa carteira, e nas emissões bancárias também, desde os papéis dos bancos mais tradicionais de primeira linha, Itaú (BVMF:ITUB4), Bradesco (BVMF:BBDC4), a gente opta mais pela letra financeira, subordinada, que tem um retorno maior, e alguns bancos menores, bancos ligados a montadoras a gente gosta e bancos também com nicho específico na concessão de crédito. De qualquer forma, todas as escolhas passam por um processo bem rigoroso de análise de crédito.

Inv.com – Como estão enxergando as oportunidades em títulos públicos neste momento com as últimas especulações a respeito de possível alta nos juros?

Fabio Faria – A gente percebe muita conversa, esperamos realmente que deva a acontecer um aumento de juros. Não sei se na próxima reunião, o mercado está bem dividido nesse sentido. Os juros sempre são sensíveis para o tomador de crédito, encarece a dívida dele e, no fluxo de caixa das empresas, pode piorar. Como a gente é superconservador nas empresas em que a gente investe, mais de 90% da carteira é praticamente AAA de rating, então não acho que isso vai afetar a saúde financeira das empresas, não é uma preocupação.

A gente entende que pode haver um aumento para, logo em seguida, de novo voltar um ciclo de redução de juros. O que pode acontecer é o surgimento de oportunidades de investimento a taxas melhores. E para isso que a gente tem um pouco mais de caixa nesse momento

Inv.com – Qual foi o motivo que levou à decisão de abertura para o mercado em geral do fundo fechado?

Urbano de Moraes – Temos uma estratégia desde que a gente chegou. A partir do final do ano de 2022 e começo de 2023, a ideia já era ter uma família de fundos nossa do Mirabaud, com gestão local, com a expertise que a gente adquiriu ao longo dos anos. Nesta estratégia inicial, que é voltada aos fundos de renda fixa, que é o nosso DNA, vamos enxergando oportunidades à medida que a gente vai ganhando consistência e ganhando tração também. Inicialmente, estamos trabalhando com os nossos clientes diretos, fazendo a alocação das carteiras que estão conosco nos nossos fundos.

Hoje a nossa estratégia é renda fixa, crédito privado. A gente avalia outras oportunidades, ainda não temos fundo de debêntures incentivadas, mas está no nosso radar. À medida que a gente vai ganhando tração, consistência e o mercado vai respondendo, partimos para uma ampliação dessas partes de fundos locais. Estamos com muita tranquilidade para esses passos. Temos que ter essa consistência, ir ganhando tração, fazendo a nossa gestão com cautela. É um mercado que requer muita atenção.

Inv.com – Quantos fundos, entre abertos e fechados, além de ativos sob gestão no Brasil o Mirabaud possui hoje? Pretendem abrir mais algum fundo para o mercado em geral?

Urbano de Moraes – Hoje a gente já ultrapassou a marca de 1 bilhão de reais. Nós temos hoje entre fundos abertos e fundos exclusivos, que são gestão direta, oito no total. Nós temos três fundos gestão Mirabaud e temos mais cinco fundos exclusivos. São dois fundos de crédito privado e um fundo de previdência recentemente lançado. A gente tem uma política de incremento da carteira dos clientes atuais, que a gente vem trabalhando, e que vem respondendo bem. Então isso incentiva os clientes que já vieram a trabalhar conosco a alocar mais recursos e, a partir desse trabalho que está sendo feito, a gente tem conseguido provocar bastante interesse dos clientes com quem já havia um relacionamento de muito tempo, que já percebem no Mirabaud hoje uma consistência. Depois desses 18 meses, a gente já tem uma track record para mostrar para os clientes e já tem uma política de investimento que vai agradando o público.

Nosso perfil é de um banco conservador, isso é a história do Mirabaud ao longo da vida de mais de 200 anos de ser muito preciso na gestão, esse foi a o DNA, com uma excelência no serviço. Então essa é a nossa combinação, de ter uma gestão bem diligente, buscando essas oportunidades que o mercado oferece, e também aliado ao serviço bem próximo ao cliente. Buscamos um crescimento orgânico gradual, mas com consistência.

Inv.com – Há alguma meta de crescimento de carteira?

Urbano de Moraes – Sim, a gente trabalha e dentro do que a gente tem conversado com a com a matriz, de chegar em 2025 e dobrar a nossa posição atual, isso baseado na relação que a gente tem com a nossa clientela atual, que tem um potencial ainda de incremento de ativos e mais uma carteira de relacionamento que foi construída ao longo do tempo, que a gente também tem acesso.

Aliado a isso, existe também uma presença do Mirabaud junto ao público brasileiro, apesar de o Mirabaud estar recentemente no Brasil localmente, a partir do final de 2022, no início de 2023, mas existe já uma carteira de clientes brasileiros atuando. Estamos hoje com uma equipe já bem consistente em todas as áreas, de gestão completa, a equipe de backoffice, a equipe comercial, vai ter mais um comercial chegando a partir de outubro, que vai nos ajudar a incrementar mais a parte comercial. Estamos fazendo isso com muita tranquilidade.

Inv.com – A abertura do fundo já aconteceu?

Urbano de Moraes – Para os nossos investidores, inicialmente. A gente está com a política de trabalhar os nossos fundos com os nossos clientes e o que estamos fazendo é iniciando contatos para brevemente começar a disponibilizar junto a algumas plataformas a distribuição para o mercado. Mas isso dentro também da nossa estratégia, do nosso critério, queremos fazer passo a passo, colocar o fundo de uma maneira organizada junto a distribuidores que a gente entende que tem a ver com a nossa estratégia. A abertura para o público em geral é durante o segundo semestre. Não está aberto ainda.

Inv.com – E o fundo de previdência vai ser aberto também? Também vai ser no segundo semestre?

Urbano de Moraes – O fundo de previdência já está aberto para os nossos clientes. Estamos estabelecendo contatos com plataformas para iniciar a parte de distribuição junto ao público em geral. Mas a gente vai fazer isso também passo a passo e de uma maneira organizada.

Inv.com – Qual foi a estratégia para o fundo de previdência?

Fabio Faria – Esse fundo de previdência a gente lançou agora, esse também é recém-nascido mesmo. Então o processo de acessar o mercado através de plataformas também se dá a partir do momento que o fundo constitui um track record. Então, no caso do Tradition e do Conviccion, isso já está bem solidificado.

Um já tem quase um ano, está com 70 milhões, é um fundo que já tem um track record, e o outro também. E, no caso do fundo de Previdência, a distribuição em plataformas é um processo para o ano que vem. Assim o fundo cria um pouco mais de corpo com os nossos clientes diretos. Hoje, é possível investir no Tradicion, no Conviccion, e etc através do relacionamento direto com o Mirabaud, não através das plataformas. No processo das plataformas, a gente está no final de um due diligence, só falta assinatura de contrato, e a outra também a gente está no final do due diligence, mas a gente não recebeu ainda o sinal verde.

A gente está só esperando o sinal verde para formalizar através dos contratos para que o fundo esteja em plataforma. Esperamos agora, ao longo desse segundo semestre, consolidar essas duas plataformas iniciais, mas vamos trabalhar outras também. É muito importante o trabalho comercial, estar próximo das plataformas fazendo acompanhamento do fundo. Não adianta abrir em todas as plataformas e não conseguir dar um bom atendimento. Isso é uma preocupação que a gente tem em serviço.

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