Alckmin diz que Brasil buscará reverter decisão dos EUA sobre tarifa, e pode pedir prazo maior

Publicado 15.07.2025, 11:35
Atualizado 15.07.2025, 13:55
© Reuters. Vice-presidente Geraldo Alckmin n14/07/2025nREUTERS/Adriano Machado

Por Bernardo Caram

BRASÍLIA (Reuters) - O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, disse nesta terça-feira que o governo brasileiro trabalhará para reverter "o mais rápido possível" a tarifa de 50% anunciada pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, ponderando que o país poderá pedir mais prazo para negociar se necessário.

Em discurso durante reunião com representantes de setores atingidos pela possível tarifa, a ser implementada em agosto, Alckmin afirmou que a iniciativa anunciada pelo presidente Donald Trump é “absolutamente inadequada”.

Após o fim do encontro, o vice-presidente disse que o pedido de ampliação de prazo para as tratativas, considerado exíguo já que a entrada em vigor está prevista para 1º de agosto, foi apresentado por representantes da indústria.

"Nós queremos resolver o problema o mais rápido possível. Se houver necessidade de mais prazo, vamos trabalhar nesse sentido", disse.

Em entrevista coletiva, Alckmin reafirmou que uma carta de negociação foi enviada em maio pelo governo brasileiro aos Estados Unidos, após anúncio inicial de tarifas em abril, sem que houvesse retorno das autoridades norte-americanas. Uma nova carta será remetida em busca de uma resposta, ressaltou.

Ele voltou a enfatizar que os Estados Unidos são superavitários no comércio com o Brasil, argumentando ainda que as importações de produtos dos EUA pelos brasileiros cresceram ainda mais fortemente no primeiro semestre deste ano, o que torna a tarifa "totalmente incompreensível".

A reunião é parte do trabalho do comitê criado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ouvir setores potencialmente afetados pela entrada em vigor da tarifa e definir a estratégia de negociação a ser adotada pelo governo.

O comitê, presidido por Alckmin, tem a participação dos ministérios da Casa Civil, Fazenda, Relações Exteriores e do MDIC, com colaboração também de outras pastas que atuam em áreas afetadas pelas possíveis tarifas, como o Ministério da Agricultura e Pecuária.

Estiveram no encontro da manhã desta terça os presidentes da Embraer (BVMF:EMBR3), da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), entre outros. Na parte da tarde, Alckmin se reúne com representantes do agronegócio.

"Com relação aos 90 dias que nós solicitamos, é óbvio que o governo está totalmente solícito a ter o prazo necessário", disse o presidente da CNI, Ricardo Alban.

A tarifa de 50% sobre as importações de produtos brasileiros pelos Estados Unidos foi anunciada na semana passada por Trump, que vinculou a decisão ao tratamento recebido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que está sendo julgado sob acusação de planejar um golpe de Estado.

Em discurso durante a reunião, Alckmin afirmou que o Executivo não tem ação sobre outros Poderes, ressaltando que o país vai atuar especificamente na área comercial para buscar a reversão da tarifa.

(Por Bernardo Caram)

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