(Reuters) - O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou nesta quarta-feira que ele e o ministro da Economia, Paulo Guedes, esperam apresentar na próxima semana ao presidente Jair Bolsonaro um projeto completo de reforma da Previdência para recuperar o sistema atual e criar um novo regime de capitalização para as futuras gerações.
Onyx disse, em entrevista à rádio Jovem Pan, que a intenção do governo é apresentar um pacote único ao Congresso para reformar o sistema previdenciário, em vez de uma reforma fatiada, para que, uma vez aprovada a proposta, o Brasil não precise voltar a discutir uma nova reforma pelos próximos 20 a 30 anos.
"Nós acreditamos que ao longo da próxima semana, eu vou conversar com o presidente hoje à tarde, o ministro Paulo Guedes e eu, nós deveríamos já ter condição de levar as alternativas que a equipe técnica vem trabalhando desde a transição de governo para que o presidente possa fazer as suas escolhas", disse Onyx na entrevista.
"Nós vamos consertar esse navio que todos nós estamos dentro chamado Previdência, que está com o casco furado, temos que dar condição de que esse navio continue flutuando e navegando, para poder atender a aposentadoria de milhões de pessoas... e nós queremos criar um sistema novo para as futuras gerações", acrescentou.
Segundo o ministro da Casa Civil, a intenção de criar um regime de capitalização para as futuras gerações terá como um dos benefícios estimular a poupança interna brasileira, o que teria impacto positivo no PIB.
"O Brasil hoje tem uma poupança interna na ordem de 15,5 por cento do seu PIB, o desejado é que tivesse algo em torno de 20 por cento, e no dia que a gente atingir esse patamar o Brasil tem condição de crescer sustentavelmente 3 por cento ao ano no mínimo, inclusive em anos ruins", afirmou.
Onyx também minimizou na entrevista o que descreveu como "pequenos desencontros" no início de governo, e disse que, com o tempo, todos os ministros estarão alinhados com Bolsonaro.
O chefe da Casa Civil acrescentou, ainda, que Bolsonaro está avaliando a possibilidade de ter um porta-voz, e que a tendência no momento é que o presidente decida por ter um.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)