Casal que arrecadou R$ 1 milhão em Pix para acampamento golpista no QG é denunciado pela PGR

Publicado 11.08.2025, 18:56
Atualizado 11.08.2025, 22:10
© Reuters.  Casal que arrecadou R$ 1 milhão em Pix para acampamento golpista no QG é denunciado pela PGR

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou um casal que arrecadou mais de R$ 1 milhão para bancar a alimentação de manifestantes do acampamento montado em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022.

Rubem Abdalla Barroso Júnior e Eloísa da Costa Leite são acusados de associação criminosa e incitação ao crime. O Estadão busca localizar as defesas. Eles não têm advogados constituídos no processo.

Segundo a denúncia, Rubem era dono de uma tenda de alimentação, conhecida como "Barraca do Abdalla", que servia café da manhã, almoço e jantar de graça aos radicais. Ele teria usado a chave Pix da mulher para receber doações e, com isso, manter a estrutura em funcionamento.

"Parte da quantia angariada foi destinada para incitar a prática de atos antidemocráticos mediante o fornecimento de alimentos aos frequentadores do QGEx", diz a PGR.

"Há provas suficientes de suas participações na incitação dos atos violentos de 8.1.2023", segue a denúncia.

Eloísa teve o sigilo bancário quebrado na investigação. De novembro a janeiro de 2023, ela recebeu cerca de R$ 1 milhão e repassou R$ 738 mil para outras contas. O dinheiro era usado para comprar mantimentos.

A Procuradoria-Geral da República afirma que o casal prestou "suporte material e moral" para os atos golpistas do 8 de Janeiro. A denúncia foi oferecida no dia 9 de julho, mas só agora o sigilo do processo foi levantado.

Além disso, de acordo com a investigação, "há fortes indícios de que os valores recebidos tenham sido convertidos em benefício próprio".

Após os atos de vandalismo na Praça dos Três Poderes, que resultou na desmobilização do acampamento, Rubem 17 saques em dinheiro vivo, no total de R$ 19,3 mil, o que segundo a PGR demonstra a "tentativa de burla dos limites regulatórios dos órgãos de controle".

A Polícia Federal identificou Rubem em uma transmissão ao vivo, no dia 4 de janeiro de 2023, em que ele estimula manifestantes a viajarem a Brasília para participar das manifestações.

"Reúna seus guerreiros, paguem o ônibus, faça esse esforço, chamem os empresários, o agronegócio, mas migrem para Brasília, o ponto de encontro é o QG", disse no vídeo.

A PGR ofereceu a eles a possibilidade de assinar um acordo de não persecução penal (ANPP) - um instrumento jurídico em que o réu confessa o crime e se compromete a cumprir uma série de cláusulas, como o pagamento de multa e a prestação de serviços comunitários, para não responder ao processo criminal. Esse benefício só está disponível para crimes de menor potencial ofensivo, cometidos sem violência, e com pena máxima prevista de quatro anos.

COM A PALAVRA, AS DEFESAS

Até a publicação desta reportagem, o Estadão não haiva conseguido localizar os advogados de Rubem e Eloísa. O espaço está aberto para manifestação (rayssa.motta@estadao.com).

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