Por Lisandra Paraguassu e Anthony Boadle
BRASÍLIA (Reuters) - A saída de dois ministros acusados de tentar atrapalhar a operação Lava Jato trouxe prejuízo político e afetou, “mesmo que injustamente”, a imagem do governo do presidente interino Michel Temer, admitiu nesta quinta-feira o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, em entrevista à Reuters.
Padilha afirmou, no entanto, que não houve uma “contaminação ética” pelas saídas de Romero Jucá (Planejamento) e Fabiano Silveira (Transparência), e que Temer avisou a toda sua equipe que qualquer acusado será demitido, sem exceções. Ainda assim, disse, há preocupações no governo sobre o que mais poderá ser revelado nas delações premiadas.
Apesar das notícias de que senadores estariam mudando de ideia sobre aprovar o afastamento definitivo de Dilma Rousseff no julgamento final no Senado, Padilha garantiu que o governo terá mais do que os dois terços necessários.
“Para o governo, e para todos, quanto mais rapidamente essa situação ficar definida se sai dessa aparente dubiedade”, disse. “Sem dúvida dá mais autoridade política ao governo Temer, na medida em que a permanência do governo interino for confirmada”.