Eduardo: fala de Bolsonaro causa desconforto e diálogo com Tarcísio é ’questão de maturidade’

Publicado 16.07.2025, 15:56
Atualizado 16.07.2025, 19:10
© Reuters Eduardo: fala de Bolsonaro causa desconforto e diálogo com Tarcísio é 'questão de maturidade'

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse que ficou desconfortável com a afirmação do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sobre ele não ser "tão maduro". O ex-chefe do Executivo federal afirmou que, apesar de Eduardo ter 40 anos, não está "talhado" na política.

O comentário de Bolsonaro ocorreu durante entrevista ao Poder360 nesta terça-feira, 15, ao ser questionado sobre o entrevero público protagonizado por Eduardo e pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), envolvendo a taxação imposta pelo presidente americano, Donald Trump, aos produtos brasileiros.

Nesta quarta, 16, o deputado licenciado disse durante programa do youtuber Paulo Figueiredo, nos Estados Unidos, onde vivem, que a declaração do pai "causa desconforto" e "parece que desvaloriza o trabalho aqui".

"Para resolver a situação, eu entrei em contato com o meu pai. A gente bateu um papo, passamos, inclusive, pelo tema Tarcísio", disse Eduardo. "Mas ele valoriza o nosso trabalho aqui. Ele também fica com o coração apertado devido a essa questão tarifária, mas todos entendem que esse remédio amargo só pode surtir efeito agora", acrescentou.

Sobre a troca de farpas, Eduardo afirmou que teve uma "longa e boa conversa" com Tarcísio, o que qualificou como "questão de maturidade", e que ambos se entenderam.

"Sei que acabo incorrendo num risco, até de queimar o meu capital político, de sair com uma imagem de quem comprou briga com o Tarcísio e agora está desautorizando a sua própria base, voltando atrás. Na verdade, não é voltar atrás, é uma questão de maturidade, a gente não está aqui para alcançar nenhum objetivo que não seja o de preservar o interesse dos brasileiros, resgatar a liberdade", disse.

Eduardo afirmou que ele e o governador de São Paulo não são "inimigos viscerais". "Nós não somos nem inimigos, e o nosso inimigo comum está do lado da esquerda, do lado do Moraes, e esse daí é o que tem que ser combatido para a gente ter o Brasil que a gente quer, resgatar a normalidade. O resto aí vira debate, vira discussão", minimizou.

Eduardo levou os louros por ter, de certo modo, alcançado o objetivo pelo qual pediu licença da Câmara e se mudou aos Estados Unidos: sancionar autoridades brasileiras em benefício do pai, réu por golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF).

Tarcísio, que em um primeiro momento apoiou a medida, mesmo sendo contrária aos interesses econômicos brasileiros, teve que recuar ao receber uma enxurrada de críticas e agora tenta abrir diálogo com os americanos. No recuo do governador, Eduardo viu um apoiador do pai ir contra os interesses da família e passou a criticá-lo publicamente.

Bolsonaro afirmou que intercedeu e "colocou uma pedra" sobre a situação, conversando com ambos. Tarcísio não fez declarações sobre o tema, mas compartilhou publicação em que Eduardo menciona a conversa e pontua que os dois têm "visões de mundo diferentes".

O deputado licenciado ainda afirmou que disse ao governador que pode levar as visões dele para os negociadores americanos, e fez a mesma proposta durante o programa aos presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP), de que "está abrindo possibilidade com o que de melhor pode oferecer", que seria seu capital político e intermediação com os americanos.

A guerra tarifária iniciada por Trump que tem os Bolsonaros como pivôs escalou nesta terça-feira, 15, com o anúncio de que o governo dos Estados Unido iniciou uma investigação contra o Brasil a pedido do presidente americano.

A investigação buscará determinar "se atos, políticas e práticas do governo brasileiro são irracionais ou discriminatórios e oneram ou restringem o comércio dos EUA", diz o documento.

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