IPCA: Energia, loterias e passagens aéreas contribuíram para aceleração em julho
O ministro dos Transportes, Renan Filho, disse que pretende chegar ao final do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2026, com 44 leilões de concessões rodoviárias realizados. Estima que 15 certames sejam feitos ao todo ainda neste ano e 20 no próximo.
Nas contas do ministério, serão 25.800 km com injeção de R$ 475 bilhões nos projetos. Em 2023, foram só 2 leilões e, em 2024, foram 7.
Renan Filho falou à Comissão de Infraestrutura do Senado na 3ª feira (20.mai.2025) sobre as metas para os próximos 2 anos.
A audiência atendeu ao requerimento do senador Confúcio Moura (MDB-RO), que afirmou ser necessário “alinhar as ações do ministério às reais necessidades da população”.
Em janeiro de 2025, o governo estabeleceu o objetivo de realizar 15 leilões de concessão rodoviárias até o fim deste ano. Foram 3 em quase 6 meses. Se cumprir, o Brasil deve bater o recorde alcançado em 2024, quando realizou 7 concessões de 13 previstas.
INVESTIMENTOS PRIVADOS
Renan Filho afirmou que a política atual da área condiz com a necessidade de atração de investimentos que o setor precisa, diferente, segundo o ministro, do que foi implementado pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Apesar do discurso de atração de investimento e liberalismo de Paulo Guedes [ministro da Economia do governo Bolsonaro], eles só realizaram 6 leilões”, afirmou.
Apesar da crítica ao modelo defendido por Paulo Guedes, o ministro dos Transportes defendeu a ampliação da iniciativa privada no setor logístico.
Segundo ele, “o governo não tem condições” de cuidar das estradas e rodovias por conta própria, mas precisa assegurar que a infraestrutura impulsione os setores produtivos no Brasil.
Projeções do Ministério dos Transportes estimam que 75% do injetado em rodovias e ferrovias no Brasil até 2030 virá do setor privado.
Renan Filho disse que os investimentos “conquistados” recentemente são seguros e não sairão do país em curto prazo. “Eu garanto que o Brasil não terá queda de investimento privado até 2030”, declarou.
Ferrogrão
O ministro disse que, à frente dos Transportes, pretende acelerar e aprimorar o marco regulatório para destravar o investimento privado no setor e fazer estudos das obras de implantação de ferrovias fossem mais rápidos, como o caso da Ferrogrão.
Ele falou que espera que o STF (Supremo Tribunal Federal) não julgue a ferrovia como inconstitucional dada a importância dela como alternativa para escoamento da produção agrícola do Centro-Oeste.
A Ferrogrão (EF-170) é uma ferrovia de 933 km que ligará o município de Sinop (MT) ao porto de Miritituba (PA). Seria uma alternativa à rodovia BR-163, conhecida como rota da soja, do milho e do algodão, construída na década de 1970 para conectar os Estados.
Desde a concepção, em 2013, o projeto tem criado discordâncias, em especial com questões ambientais.
Em março de 2021, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, suspendeu as obras por possíveis impactos e questionamentos sobre a alteração dos limites do Parque Nacional do Jamanxim (PA) por meio de medida provisória.
A senadora Margareth Buzetti (PSD-MT) pediu que Renan Filho trabalhe pelo andamento dos estudos da ferrovia. “Eu sou do transporte rodoviário e estou defendendo a Ferrogrão, então, a coisa está feia”, afirmou.
FLUXO NO ARCO NORTE
O ministro dos Transportes afirmou que o Arco Norte será o maior corredor de exportação do mundo.
A rota usa portos localizados na região Norte, como os do Pará, Amazonas e Maranhão, facilitando o escoamento da produção agrícola do Centro-Oeste para o mercado externo, especialmente via rios e portos da Amazônia.
O Arco Norte tem crescido em volume de escoamento, segundo dados apresentados pelo ministro durante a audiência. Passou a escoar 26% da produção agrícola em 2017 para 38% em 2024. Segundo o ministro, o volume da produção agrícola escoado pela região será 50% até 2030.
A movimentação de carga prevista pelo governo em cada rodovia da rota é de:
- BR-163 – 20 milhões de toneladas;
- BR-364 – 16 milhões de toneladas;
- BR-155/158/FNS (Ferrovia Norte-Sul)/EFC (Estrada Ferro Carajás) – 11 milhões de toneladas; e
- BR-135 – 9 milhões de toneladas;
- BR-242 – 4 milhões de toneladas.
ELEIÇÕES 2026
Renan Filho deve deixar o cargo para disputar o governo de Alagoas nas eleições de 2026.
Ao Poder360, o emedebista afirmou que deve bater o martelo em abril, prazo para desincompatibilização –último dia para políticos e funcionários públicos deixarem seus cargos antes de disputar uma eleição.