Governo procura parceiro privado para conclusão de Angra 3

Publicado 23.01.2019, 13:14
Atualizado 23.01.2019, 13:20
© Reuters.  Governo procura parceiro privado para conclusão de Angra 3

Agência Brasil - O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse hoje (23) que o governo busca um parceiro para finalizar a construção da Usina Nuclear de Angra 3. Em café da manhã com jornalistas, o ministro afirmou que a usina é “estratégica” e “fundamental” para o país. As obras estão paradas desde 2015, e a retomada dos trabalhos é estimadas entre R$ 12,5 bilhões e R$ 15 bilhões.

Segundo o ministro, a busca de novos parceiros será realizada com a coordenação do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que vai definir o melhor modelo. A expectativa do governo é que a usina entre em operação comercial em 2026.

“Angra 3 começou a ser construída há muito tempo, e já foi investido muito recurso nisso. Neste governo vai-se dar continuidade aos estudos que entenderam haver viabilidade econômica com a atração de investidores para concluir a usina. Vamos atrair para aquela meta de concluir em 2026”, afirmou.

De acordo com o ministro, o debate em torno da matriz nuclear tem que ocorrer sem preconceitos. “Trabalhei muitos anos no Programa Nuclear da Marinha, tenho um conhecimento que considero denso e não tenho pretensão de dizer o que vale, ou não.” Albuquerque disse que não vê restrições a um parceiro estrangeiro na finalização da usina. “Não há comprometimento de nenhuma tecnologia sensível dentro da parceria para finalizar Angra 3, é apenas questão de investimentos para concluir as obras.”

O ministro defendeu ainda a permanência da energia nuclear como parte da matriz energética brasileira. “Três países – Brasil, Estados Unidos e Rússia – possuem grandes reservas de urânio e dominam a tecnologia nuclear. Só esses três. Não entendo como um país como o nosso, de grandezas populacional, territorial e econômica, poderia abrir mão de uma matriz como essa”, afirmou Bento Albuquerque.

Ontem (22) o Ministério de Minas e Energia divulgou nota destacando a importância da retomada da usina para o setor nuclear. “[A obra] traz escala a toda a cadeia produtiva do setor, desde a produção de combustível à geração de energia. Isso se torna ainda mais relevante quando se leva em conta que o Brasil vai precisar investir em energia para o futuro, em função do aumento da demanda e do esgotamento do potencial hidrelétrico”, diz o texto.

De acordo com a nota. a entrada em operação da usina evitaria o despacho de usinas térmicas mais caras. O texto acrescenta que, devido à complexidade do sistema elétrico brasileiro, é importante a presença de diferentes fontes energéticas para garantir seu equilíbrio. O comunicado diz ainda que o Plano Nacional de Energia 2030 (PNE 2030) prevê a construção de quatro a oito usinas nucleares no país. “Cenário que tende a ser confirmado pelo PNE 2050, publicação aguardada para breve”, conclui o texto.

Debate

O debate sobre a retomada das obras da usina remota a junho do ano passado, quando a Eletrobras (SA:ELET3), juntamente com sua subsidiária, a Eletronuclear, responsável pela operação das usinas nucleares de Angra 1 e Angra 2 e construção de Angra 3 firmou um memorando de entendimento com a empresa francesa Électricité de France (EDF (PA:EDF)) para promover cooperação na área nuclear.

O acordo prevê estudos sobre a possibilidade de a EDF colaborar com a retomada e conclusão das obras de Angra 3 e também no desenvolvimento de novas usinas nucleares no Brasil. A validade do memorando é de três anos, podendo ser estendida para até cinco anos.

“Além disso, a companhia francesa contribuirá com sua expertise para a operação de Angra 1 e Angra 2 na prevenção do envelhecimento de materiais, na identificação do risco de obsolescência de equipamentos, em manutenção e em treinamento”, disse a Eletrobras

Em outubro, uma resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) estabeleceu novo preço de referência para a energia produzida pela usina nuclear de Angra 3, que passou de R$ 240/MWh para R$ 480/ MWh em valores de julho de 2018. De acordo com o CNPE, o objetivo da medida é estabelecer melhores condições para viabilização do empreendimento. Em nota, o CNPE destacou a necessidade de atrair agentes privados para finalizar a obra e informou que está prevista para janeiro de 2026 a entrada em funcionamento de Angra 3, com investimentos previstos de R$ 15,5 bilhões.

No fim do ano, a Eletrobras disse que pretende investir R$ 12 bilhões para concluir Angra 3. Segundo o Ministério de Minas e Energia, com capacidade de 1.405 MW, a usina proporcionará mais segurança energética ao sistema elétrico brasileiro. O argumento é que por estar localizada na Região Sudeste, que consome mais energia no país, o acionamento da usina poderá gerar menores custos com a transmissão de energia.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.