Por Marcela Ayres
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, irá replicar no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, os pontos que levantou no seu discurso de posse, sendo a reforma da Previdência o primeiro pilar da agenda econômica brasileira que será apresentada, disse uma fonte do governo nesta quinta-feira.
Falando sobre as alterações que o governo de Jair Bolsonaro pretende promover nas regras de acesso à aposentadoria, a fonte, que falou em condição de anonimato, pontuou que a reforma terá várias faces, incluindo o combate a privilégios e o ajuste em função da mudança demográfica em curso.
As questão relativas ao campo e cidade, categorias profissionais e vinculação entre Previdência e assistência também serão contempladas na reforma.
"É um conjunto de modernizações que vão ser atacadas de frente de maneira inequívoca e inquesitonável por esse governo ao longo das próximas semanas e meses, em relação ao qual nós estamos muito otimistas", apontou a fonte, sem dar detalhes.
O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou que a proposta fechada pelo time econômico será apresentada a Bolsonaro até domingo. A ideia é que o presidente use a viagem a Davos para discutir o tema, para poder bater o martelo sobre o texto na volta.
O Fórum Econômico Mundial acontecerá entre os dias 22 e 25 de janeiro.
Publicamente, membros do governo têm se esquivado de esclarecer e aprofundar as alterações que a reforma irá propor, limitando-se a apontar alguns pontos, como a introdução de um sistema de capitalização.
Em Davos, Guedes também falará sobre os outros dois pilares que compõem a agenda do governo: privatizações, concessões e venda de ativos imobiliários; e enxugamento da máquina pública.
"Davos vai ser muito importante para atualização da perspectiva que se tem do Brasil. A gente vai reafirmar o nosso compromisso com uma democracia vibrante, uma democracia que funciona. Agora temos que fazer com que mercados funcionem", disse a fonte.
MAIS ABERTURA
A maior inserção comercial do país será uma bandeira da nova administração, sendo que a equipe econômica quer que o fluxo comercial passe a responder por 30 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) até o fim do governo, afirmou a fonte.
"Raramente tivemos mais que 20 por cento, 25 por cento (do PIB)", destacou, estimando que essa representatividade está hoje na casa de 22 a 23 por cento.
Nesta quinta-feira, o embaixador da China no país, Yang Wanming, encontrou-se com o ministro Guedes para uma conversa sobre diversificação da pauta comercial com aquele que é o maior parceiro comercial do Brasil.
(Por Marcela Ayres)