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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta 4ª feira (23.jul.2025) que terá acesso na 5ª feira (24.jul) a detalhes do plano em resposta à taxação de 50% que os Estados Unidos estabeleceram sobre os produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. Segundo o chefe da equipe econômica, as áreas técnicas dos ministérios da Fazenda, da Indústria e das Relações Exteriores concluíram medidas de contingência.
Haddad também sinalizou que deve apresentar o plano para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) só na próxima semana. Afirmou ser necessário passar pelo “crivo” dos 3 ministérios antes de levar uma medida concreta ao chefe do Executivo.
“Estamos fazendo aqui o trabalho de desenho de cenários para que o presidente possa estar bem apropriado de tudo que está em jogo e possa ouvir os seus colaboradores e tomar a melhor decisão”, disse.
As declarações foram dadas em entrevista a jornalistas na noite desta 4ª feira (23.jul). Haddad também afirmou haver “tentativas de contatos reiterados” com Washington e que as equipes técnicas da Fazenda e do Tesouro norte-americano estão conversando sobre o tema.
“A informação que chega é que o Brasil tem um ponto, o Brasil tem razão em querer sentar à mesa, mas que o tema está muito concentrado na assessoria da Casa Branca”, afirmou.
O ministro declarou não ver “escalada política” nas tratativas relacionadas ao tarifaço e que houve “boas surpresas” envolvendo negociações entre os EUA e outros países. Na sua visão, isso abre espaço para chegar a um acordo até 1º de agosto, quando a nova taxa sobre produtos brasileiros entrará em vigor.
O chefe da equipe econômica do Brasil também afirmou haver “dificuldade de entender” o movimento do governo norte-americano sobre o tarifaço por causa dessa concentração. “Não dá para antecipar um movimento que não depende só de nós. O que eu falei para vocês ultimamente eu tenho repetido: o Brasil nunca saiu da mesa de negociação, em nenhum momento”, declarou.
GOVERNADORES DE OPOSIÇÃO
Haddad também foi questionado sobre movimentações de governadores de oposição, com o lançamento de linha de crédito para empresas que seriam afetadas com o tarifaço. O ministro disse que a atitude é importante, mas o problema é de “escala maior”.
“Toda ajuda é bem-vinda, mas são movimentos um pouco restritos, que não têm um alcance. Com uma linha de R$ 200 milhões, você está falando de US$ 40 milhões, são US$ 40 bilhões de exportação. […] É bom saber que os governadores estão mobilizados agora e percebendo, finalmente, que o problema é um problema do Brasil, não é um problema de governo, é um problema do Estado brasileiro”, disse o ministro.
Segundo Haddad, governadores oposicionistas estão “mudando de posição” e “deixando de celebrar uma agressão estrangeira ao Brasil”.
“Isso é importante: caírem na real e abandonarem o movimento inicial que fizeram de apoio ao tarifaço contra o Brasil”, acrescentou.