Invasão ao Itaú por movimentos ligados a Boulos gera reação de políticos: ’Estratégia do ódio’

Publicado 03.07.2025, 11:26
Atualizado 03.07.2025, 14:40
© Reuters Invasão ao Itaú por movimentos ligados a Boulos gera reação de políticos: 'Estratégia do ódio'

Dois movimentos sociais ligados ao deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e a Frente Povo Sem Medo, invadiram nesta quinta-feira, 3, a sede do banco Itaú (BVMF:ITUB4), localizada na Avenida Faria Lima, zona oeste da capital, principal símbolo do mercado financeiro do Brasil. A manifestação teve como foco a defesa da reforma tributária e a taxação dos super-ricos.

"O recado do povo é claro: o Brasil precisa de Justiça tributária", escreveu o parlamentar em seu perfil no X (antigo Twitter), com fotos dos manifestantes segurando cartazes com as reivindicações. O deputado também está em São Paulo, mas participa de audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) sobre projeto de lei para beneficiar entregadores de aplicativos.

Nas redes sociais, a invasão repercutiu principalmente entre oposicionistas ao governo, que chegaram a comparar a invasão ao prédio privado aos ataques de 8 de Janeiro em Brasília. "Este é o retrato da atual esquerda no Brasil. Não produzem e não geram riqueza para o nosso país. Apenas geram balbúrdia e caos", escreveu o ex-ministro da Saúde de Jair Bolsonaro (PL) e deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ).

O ex-secretário de Comunicação do Partido Liberal (PL) e ex-advogado de Jair Bolsonaro, Fábio Wajngarten, questionou se os invasores serão condenados a penas como as dos invasores que quebraram as sedes dos Três Poderes, em Brasília. "A invasão de propriedade privada na Faria Lima que ocorre nesse momento em SP condenará os autores a mais de 10-15-18 anos de cadeia?", disse. Em outra publicação, o ex-assessor disse que todos os envolvidos "devem ser identificados, separados, todos em ônibus, fichados, presos e sentenciados em 15 dias".

O deputado Gustavo Gayer (PL-GO) também repercutiu o protesto, publicando uma manchete de 2022, afirmando que parte progressista da Faria Lima estava promovendo jantares para aproximar os eleitores indecisos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e escreveu "idiotas" na publicação que também cita a invasão ao banco. Em outra publicação, com o vídeo dos manifestantes entrando no prédio, o deputado chamou o ato de "terrorismo político".

O senador Rogério Marinho (PL-RN) também repudiou a manifestação, afirmando que se trata de estratégia do PT de espalhar um discurso de "nós contra eles". "O PT reedita estratégia do ódio, dividir o país em dois. Pobres contra ricos, pretos contra brancos, patrões contra trabalhadores. Esse é um filme ruim que estamos assistindo de novo, e já sabemos o final: quem perde é o Brasil", escreveu o senador, que também pediu que Bolsonaro, réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por golpe de Estado, volte à Presidência. Já os governistas foram mais tímidos e quase não repercutiram a ação até agora. Alguns dos deputados da base, como Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) e Chico Alencar (PSOL-RJ), compartilharam as fotos do MTST com os cartazes dos manifestantes, e vídeos do momento da invasão do saguão do prédio. "O povo trabalhador não aguenta mais um sistema que protege bilionários e pesa no bolso do povo", escreveu Vieira.

O protesto ocorre em meio ao conflito entre Planalto e Congresso, que na semana passada derrubou o decreto de Lula que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), assinado no fim de maio. A medida fazia parte da estratégia do governo para reforçar a arrecadação e cumprir as metas do novo arcabouço fiscal. Na última terça-feira, dia 1º, a Advocacia-Geral da União (AGU) acionou o STF para tentar reverter a decisão do Congresso.

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