Lula defende que Brasil quer negociar com EUA e diz que Alckmin é "exímio negociador"

Publicado 25.07.2025, 13:25
Atualizado 25.07.2025, 15:15
© Reuters. Lula discursa em evento em Osasco, Grande São Paulon25/07/2025nREUTERS/Jean Carniel

Por Lisandra Paraguassu

(Reuters) - Em meio à crise com os Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou nesta sexta-feira as tentativas que o governo brasileiro vem fazendo de abrir um canal de comunicação com o governo, e destacou que o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços é um "exímio negociador".

"Eu queria dizer para Trump outra vez que esse moço aqui Geraldo Alckmin é meu vice-presidente, é o cara mais calmo que eu conheço na vida. Esse cara é um exímio negociador. Não manda carta, não levanta a voz, ele só quer conversar", disse Lula em discurso em Osasco, em um evento sobre urbanização de favelas.

O governo brasileiro tenta reabrir os canais de negociação com os Estados Unidos, até agora sem sucesso. Alckmin informou na quinta-feira que durante o final de semana teve uma conversa com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, em que pediu pela reabertura das negociações, mas até agora sem sucesso.

O governo brasileiro enviou uma carta aos norte-americanos em maio com propostas, ainda antes da carta de Donald Trump, até hoje sem resposta. A última reunião técnica de negociações aconteceu em junho e, de acordo com fontes ouvidas pela Reuters, todas as respostas se concentram na Casa Branca.

"É preciso conversar. E está aqui meu conversador número 1. Ninguém pode dizer que o Alckmin não quer conversar. Todo dia ele liga para alguém, e ninguém quer conversar com ele", disse o presidente. "O dia que você (Trump) quiser conversar o Brasil estará preparado para discutir e para tentar mostrar o quanto você foi enganado com as informações que te deram. E você vai saber a verdade sobre o Brasil."

Lula voltou a dizer que Trump, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi induzido a uma mentira ao exigir o fim do processo judicial contra Bolsonaro e cobrou que a Câmara dos Deputados tome providências contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), seu filho.

Eduardo está há mais de três meses nos Estados Unidos trabalhando em lobby para que o governo norte-americano adote punições contra o Brasil e contra os membros do Supremo Tribunal Federal. Segundo ele mesmo, seria o responsável por induzir as tarifas de 50% contra os produtos brasileiros e pela suspensão dos vistos de 8 dos 11 ministros do STF, incluindo Alexandre de Moraes.

A licença de Eduardo do cargo de deputado acabou na semana passada, mas o filho do ex-presidente não pretende voltar ao Brasil. Sua situação na Câmara segue indefinida.

 

(Reportagem de Lisandra Paraguassu, em Brasília)

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