SÃO PAULO (Reuters) - O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, decretou nesta quinta-feira a prisão preventiva do publicitário João Santana e de sua mulher, Mônica Moura, que já estavam detidos sob prisão temporária acusados de terem recebido pagamentos irregulares no exterior.
Em sua decisão, Moro apontou "boa prova de materialidade e autoria" dos crimes imputados ao casal, além de "risco à investigação, à instrução criminal e à ordem pública", caso Santana e Mônica sejam soltos.
"Necessária, portanto, a prisão preventiva de João Cerqueira de Santana Filho e Mônica Regina Cunha Moura, diante da prova, em cognição sumária, da participação prolongada na prática de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, com recebimento... de recursos de natureza criminosa do esquema criminoso que vitimou a Petrobras", escreveu o juiz na decisão.
Santana, marqueteiro das últimas três campanhas de candidatos do PT à Presidência, foi preso junto com a mulher na 23ª fase da operação Lava Jato, por suspeita de ter recebido pagamentos milionários ilegais no exterior provenientes do esquema de corrupção na Petrobras (SA:PETR4) por serviços prestados para campanhas eleitorais do PT no Brasil.
Na ocasião, a defesa de Santana e de sua mulher reconheceu o recebimento de recursos pagos por uma offshore indicada pela Odebrecht, uma das empreiteiras investigadas na Lava Jato, na conta de uma empresa do casal sediada no Panamá que não foi declarada às autoridades brasileiras.
Os advogados disseram, no entanto, que os recursos eram lícitos e que foram pagamento por campanhas realizadas por Santana na Venezuela e em Angola. Eles negaram que o casal tivesse recebido no exterior o pagamento por campanhas feitas no Brasil.
Santana foi o marqueteiro das campanhas da presidente Dilma Rousseff em 2010 e 2014 e da campanha que reelegeu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006.
(Por Eduardo Simões)