Nunes diz a podcast que foi vereador 'casca de bala' e que Marçal faz 'crocodilagem'

Publicado 10.09.2024, 19:38
Atualizado 10.09.2024, 23:10
© Reuters.  Nunes diz a podcast que foi vereador 'casca de bala' e que Marçal faz 'crocodilagem'

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) adaptou a linguagem utilizada por ele em entrevista ao podcast Flow, que reúne uma audiência predominantemente jovem na internet. Ele usou gírias para atacar Pablo Marçal (PRTB), se colocar como conservador e rebater as acusações do influenciador de que ele é "comunista" e de "esquerda".

Na entrevista na noite desta terça-feira, 10, Nunes se referiu por diversas vezes ao apresentador como "mano", usou a palavra "parada" para substituir o substantivo coisa em inúmeras ocasiões e disse que foi um vereador "casca de bala" ao se posicionar contra temas como a chamada ideologia de gênero, a legalização do aborto e das drogas e pedir a quebra de sigilo fiscal na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Sonegação Tributária.

"Quando o cara fala que eu sou de esquerda, comunista, defendo ideologia de gênero. Eu não sou. Sou o contrário", disse Nunes. "Esse papo não é legal. Eu vim da periferia. Lá na minha quebrada a gente chama isso de crocodilagem", continuou o prefeito, que colocou em dúvida as credenciais de "direitista" de Marçal.

Um dos motes da campanha de Nunes, inclusive com um jingle dedicado a isso, é destacar que sua origem é na periferia da zona Sul. Ele exibiu um vídeo durante a entrevista de um discurso que fez como vereador contra o que considerava a inclusão da ideologia de gênero no Plano Municipal de Educação em 2015.

O prefeito também criticou propostas de Marçal. Disse que é "conversa" que o ex-coach construirá prédio de um quilômetro de altura, porque "a Prefeitura não constrói prédio", e que a cidade não tem o relevo adequado para se construir teleféricos.

Nunes também mencionou suspeitas de que membros do PRTB, partido de Marçal, sejam ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele citou o caso revelado pelo Estadão de que o ex-presidente estadual da sigla, Tarcísio Escobar, é investigado por trocar carros de luxo por cocaína para o PCC e o áudio no qual o atual presidente nacional da legenda, Leonardo Avalanche, diz que pertence à organização criminosa e que ajudou a soltar o traficante André do Rap.

Marçal nega qualquer relação com irregularidades supostamente praticadas por integrantes da legenda. Avalanche nega ter relação com PCC. Escobar se diz inocente.

O prefeito foi questionado sobre a suspeita de que um dos seus principais aliados, o presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (União) também tenha ligação com a facção criminosa. Nunes afirmou que pessoas públicas podem e devem ser investigadas e, se forem culpadas, precisam pagar. Caso sejam inocentes, disse, elas demonstrarão isso. Leite sempre negou qualquer ligação com a facção.

"Mas não dá para comparar isso [Milton Leite] com aquilo do Pablo Marçal. É diferente. A parada dos cara [sic] é outra. É cara que foi pego no telefone [falando que era do PCC]. O que foi o presidente estadual do PRTB aqui ,o Escobar, Pablo, Pablo Escobar, Escobar, umas parada meia louca, né [sic]", disse Nunes, buscando associar o primeiro nome de Pablo Marçal com o sobrenome de Tarcísio Escobar para remeter os telespectadores ao narcotraficante Pablo Escobar.

"O papo é o seguinte: não é discussão de qual é o voto da direita. É o voto no cara que mente e está envolvido com a bendita organização criminosa [contra o voto em] e quem fala a verdade", acrescentou o prefeito.

Nunes diz que ele, e não Bolsonaro, governará São Paulo

Marçal se tornou o principal concorrente de Nunes no eleitorado de direita. Apesar do emedebista ter o apoio oficial de Jair Bolsonaro (PL), a maior parte dos eleitores do ex-presidente declaram que votarão no candidato do PRTB. De acordo com o último Datafolha, Marçal tem 48% entre quem votou em Bolsonaro, contra 31% de Nunes.

No podcast, o prefeito procurou exaltar sua ligação com o ex-presidente, chegou a cantar um pequeno trecho da música "Volta Bolsonaro", mas disse que, se reeleito, quem governará será ele. "Quando houver um problema, você vai falar comigo, não vai ligar pro Bolsonaro. O Bolsonaro foi muito coerente quando estive lá em 2021 pedindo ajuda para a cidade, zeramos a dívida municipal com a União. [...] Agora nos unimos para derrotar a extrema-esquerda", concluiu.

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