Eletrobras foi doada “para agradar os amigos”, diz Haddad

Publicado 21.02.2025, 10:40
© Reuters Eletrobras foi doada “para agradar os amigos”, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sugeriu nesta 6ª feira (21.fev.2025) que a Eletrobras (BVMF:ELET3) foi doada “para agradar os amigos”. A empresa foi privatizada em 2022 durante a gestão do ex-ministro da Economia Paulo Guedes por R$ 33,7 bilhões. A declaração foi dada em entrevista ao ICL (Instituto Conhecimento Liberta).

Haddad disse que há um consenso de que “os 10 anos de deficit primário” não fizeram bem à economia brasileira. Sem citar nomes, o ministro criticou “dois ministros da Fazenda” de governos de direita, que, segundo ele, não foram pressionados a ajustar as contas públicas.

Antes de Paulo Guedes, no governo Jair Bolsonaro (PL), o ministro escolhido pelo ex-presidente Michel Temer (MDB) para comandar a equipe econômica foi o ex-ministro Henrique Meirelles.

Meirelles também foi presidente do Banco Central no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele idealizou a extinta regra do teto de gastos, aprovada em 2016.

“Nós tivemos dois ministros da Fazenda que eram declaradamente de direita, a favor do Estado mínimo e tal. Verifique os deficits públicos que eles produziram. São deficits recordes na história do Brasil. E nem por isso eles sofriam pressão para ajustar as contas”, declarou.

Em 2023, o governo Lula teve um deficit primário de R$ 239,9 bilhões, o 3º pior resultado anual da série histórica, iniciada em 1997. Haddad disse que precisou pagar o “calote” de precatórios e outras despesas. Leia abaixo os gastos que, segundo Haddad, estavam de fora do Orçamento de 2023:

  • Bolsa Família – R$ 60 bilhões;
  • Precatórios – R$ 90 bilhões;
  • Previdência Social – R$ 15 bilhões;
  • Compensação do ICMS a governadores – R$ 26,9 bilhões.

O ministro da Fazenda declarou que o governo Bolsonaro “dilapidou” o patrimônio público. Citou a Petrobras (BVMF:PETR4) e a Eletrobras.

“Quando você dá calote e vende [estatais] na bacia das almas para fazer dinheiro rápido, não vale esse tipo de coisa, porque não é estrutural. Você não consegue doar uma Eletrobras por ano. Não tem uma Eletrobras por ano para agradar os amigos”, disse.

E completou: “Quando você vende no preço que foi vendido, é para agradar alguém. Não tem sentido o que aconteceu”.

Em 2024, o deficit primário do governo foi de R$ 44 bilhões, se consideradas as despesas para diminuir os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul e as queimadas no Brasil. Esses gastos foram retirados da regra do marco fiscal.

CONTAS PÚBLICAS

Haddad disse que o deficit primário de 2024 foi de 0,09% ao desconsiderar as despesas com o Rio Grande do Sul. Ele disse que o percentual indica um equilíbrio fiscal.

“O Rio Grande do Sul foi uma emergência. O presidente Lula ia deixar um Estado inteiro debaixo d’água cruzando os braços? Engraçado que, quando fala do governo anterior, eles tiram toda a conta da pandemia, mas quando é para tirar a tragédia do Rio Grande do Sul, aí não. Aí não vale”, disse.

O ministro da Fazenda declarou que há estudos que mostram que as agências de risco internacionais são mais “permissivas” com governos ultraconservadores do que com governos que “procuram preservar a questão social” .

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