O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, afirmou, nesta 4ª feira (10.jul.2024), que o governo definirá se o leilão para a importação de arroz será ou não realizado depois de encontro com produtores nesta semana.
Teixeira disse que será apresentada à Câmara Setorial do Arroz do Ministério da Agricultura uma lista com todas as capitais onde o preço do grão está acima da média. Segundo o ministro, o governo foi procurado pelos produtores de arroz, que prometeram abaixar o preço nas cidades em que o produto está mais caro.
A Câmara é um órgão consultivo composto por 34 entidades representantes do segmento ligados ao governo e ao setor privado. A reunião deve ser realizada nos próximos dias –a data não foi informada.
“Vamos ver se eles vão tomar alguma providência, caso contrário, o único meio que nos resta é comprar“, disse Teixeira em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, da EBC (Empresa Brasileira de Comunicação). A medida, segundo ele, será “inexorável” para que o valor do grão retorne “ao patamar adequado”.
O governo acompanha a variação dos preços em um monitoramento semanal, de acordo com o chefe do Desenvolvimento Agrário. Os valores nas capitais, em especial nas do Nordeste, são, para ele, a maior preocupação.
IMPASSE
O leilão para a importação de arroz foi promovido pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) como uma maneira de o governo reagir ao aumento de preços do arroz depois das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, local responsável por cerca de 70% da produção do grão.
O 1º leilão para compra de arroz importado, realizado em 21 de maio, foi suspenso. Já o 2º certame foi anulado depois que foram encontradas inconsistências nos dados das empresas vencedoras. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que houve “falcatrua” no leilão para importação do arroz.
Desde esse momento, integrantes do governo têm divergido sobre a realização de um novo leilão. Em 3 de julho, o ministro Carlos Fávaro (Agricultura) disse que o leilão não seria mais realizado. Afirmou que o certame era desnecessário porque o preço do produto caiu e voltou à normalidade.
Poucas horas depois, em entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto depois do lançamento do Plano Safra da agricultura familiar, Teixeira tergiversou ao responder se o governo tinha desistido de realizar o leilão.
“Nós estamos estudando todas as possibilidades”, declarou o ministro à época. Disse que o edital do leilão estava “pronto” e a decisão final caberia a Lula.