O mercado musical investiu US$ 7,1 bilhões na promoção de artistas globalmente em 2022. A maior parte (US$ 3,9 bilhões) do dinheiro foi destinado à promoção direta dos artistas –com atividades como treinamento, gravação e pesquisa de novos talentos. Uma fatia menor (US$ 3,2 bilhões) é destinada ao marketing.
Os dados foram divulgados na 3ª feira (10.out.2023) pela Pro-Música, entidade responsável por representar as gravadoras brasileiras, em parceria com o IFPI (sigla em inglês para Federação Internacional da Indústria Fonográfica). Eis a íntegra (PDF – 2 MB).
Segundo a Pro-Música, o investimento alto na promoção de determinado artista se explica por causa da grande diversidade de nomes com disponibilidade para entrar no mercado.
“O relatório elaborado pelo IFPI […] mostra claramente que sem investimento em marketing e promoção é muito mais difícil conseguir sucesso no mercado de música digital de hoje”, disse Paulo Rosa, presidente da entidade, em um comunicado à imprensa.
O valor investido na promoção dos artistas representa 30% da receita total do mercado fonográfico global. O faturamento da indústria em 2022 foi de US$ 26,2 bilhões. A maioria (67%) desse valor vem dos serviços de streaming, como Spotify (NYSE:SPOT) e Deezer. As informações estão disponíveis no relatório de análise mundial da IFPI. Eis a íntegra (em inglês, PDF – 16 MB).
No mercado global, as vendas físicas ficam em 2º lugar no ranking de participação na receita. São US$ 5 bilhões pelo segmento, que representam 17,5% do faturamento.
Outros produtos de música, como os downloads e os direitos autorais por performances também rendem cachê para as gravadoras, mas menos. A participação dos segmentos é bem menor, com 9,4% e 3,6%, respectivamente.
No Brasil, a receita das gravadoras somou R$ 1,2 bilhão no 1º semestre de 2023, informação mais recente. Praticamente todo o dinheiro (99%) vem dos serviços de streaming.
DISCOS X STREAMING
Com o passar dos anos, os serviços de streaming passaram a ocupar o espaço deixado pelos produtos físicos na composição do faturamento das grandes gravadoras.Mercadorias como discos, DVDs e CDs eram responsáveis por todos os US$ 21 bilhões faturados pelas empresas em 1999. Mais de 20 anos depois, a arrecadação com o setor diminuiu em 79%. Foram US$ 4,6 bilhões em 2022.
Os serviços de streaming começaram a se popularizar no meio da década de 2010. Desde 2017, a renda criada pelas plataformas aumentou 182% e atingiu o patamar de US$ 17,5 bilhões em participação em 2022.
Os downloads de músicas em plataformas como iTunes cresceram conforme a popularização dos discos físicos arrefeceu, mas caiu com o advento dos streamings.
MAIORES ARTISTAS
O relatório da IFPI também indicou quais eram os artistas mais populares do mundo em 2022. O 1º lugar da lista é encabeçado pela cantora norte-americana Taylor Swift. Ela lançou o álbum “Midnights” naquele ano.O 2º lugar fica com a banda sul-coreana BTS. O grupo é formado por 7 integrantes e virou um sucesso global.
A Coreia do Sul e os EUA são os países que mais aparecem na lista do top 10. Há outros representantes de países falantes de língua inglesa, como o britânico Harry Styles. O único representante da América Latina é o porto-riquenho Bad Bunny.
Os dados mostram que a indústria musical deixou de se concentrar no eixo dos EUA e passaram a ser, de certa forma, mais democráticas.