Um grupo de empresários que patrocina as atividades da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, anunciou o fim da parceria depois que estudantes da instituição emitiram um comunicado que responsabiliza Israel pela guerra contra o grupo extremista Hamas.
Na nota, publicada nas redes sociais e assinada por 30 organizações estudantis, os alunos afirmam que os eventos “não aconteceram no vácuo” e são produto de políticas das duas últimas décadas em que a população de Gaza viveu em “uma prisão a céu aberto”.
O texto foi publicado em 8 de outubro, dia seguinte à invasão de militantes do Hamas no sul de Israel. Em um festival de música eletrônica, um massacre palestino deixou pelo menos 260 mortos, incluindo 3 brasileiros.
Entre os investidores insatisfeitos está a Fundação Wexner, liderada pelo ex-CEO da Victoria’s Secrets Leslie Wexner, filho de imigrantes judeus russos. Ele anunciou o fim da parceria com Harvard na 2ª feira (19.out.2023). Wexner disse que a universidade demorou a tomar um posicionamento contra a manifestação dos estudantes.
“Estamos chocados e enojados com o lamentável fracasso da liderança da Harvard em tomar uma posição clara e inequívoca em relação aos bárbaros assassinatos de civis inocentes de Israel”, afirmou a fundação em nota enviada para a universidade, segundo a CNN International.
Antes de Wexner, empresários egressos de Harvard também anunciaram cortes pela demora na resposta da instituição. Na última 6ª feira (13.out), o bilionário israelense Idan Ofer deixou o conselho executivo da universidade. Ele é filho de Sammy Ofer, um dos homens mais ricos de Israel até sua morte, em 2011.
O ex-presidente da universidade Larry Summers também se pronunciou sobre o comunicado dos estudantes. Nas redes sociais, disse que ficou “enojado” com o “fracasso” de Harvard em condenar os ataques do Hamas.
A atual presidente da Universidade Harvard, Claudine Gay, junto a outros 17 representantes da universidade norte-americana, publicou uma nota intitulada “Guerra no Oriente Médio” em 10 de outubro.
O texto condena a “morte e destruição desencadeada pelo ataque do Hamas, que teve como alvo cidadãos israelenses” e responsabiliza as investidas do grupo extremista “pela guerra entre Israel e Gaza agora em curso”. Diz que os estudantes da instituição estão livres para se expressar como desejarem, mas que não falam pela universidade.