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Jornalistas seguem sob ameaça na floresta amazônica, aponta relatório

Publicado 19.06.2024, 10:57
© Reuters. Imagem projetada no prédio do Ministério dos Direitos Humanos com fotos de Dom Phillips e Bruno Pereiran05/06/2024nREUTERS/Ueslei Marcelino

Por Anthony Boadle

BRASÍLIA (Reuters) - O assassinato do repórter britânico Dom Phillips na floresta amazônica, há dois anos, não foi um crime isolado em uma região onde a violência contra jornalistas cresceu nos últimos anos, segundo um relatório publicado nesta quarta-feira.

Com o aumento do interesse mundial na Amazônia como barreira contra a mudança climática, cresceu também o trabalho dos jornalistas que fazem reportagens sobre crimes ambientais e outros delitos na vasta região, mas isso tem custado um alto preço.

Houve 230 casos de violência contra jornalistas na Amazônia na última década, com nove repórteres assassinados, disse o Instituto Vladimir Herzog, uma organização sem fins lucrativos.

Incidentes de violência contra jornalistas mais que dobraram, de 20 para 45, entre 2021 e 2022, anos em que o ex-presidente Jair Bolsonaro estava no poder, de acordo com o Instituto Vladimir Herzog.

Bolsonaro afrouxou os controles ambientais e enfraqueceu as agências de fiscalização para promover o desenvolvimento na Amazônia, o que gerou um aumento do garimpo ilegal de ouro e na extração irregular de madeira.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu enfrentar o crime organizado que contribui para a destruição da maior floresta tropical do mundo. O desmatamento diminuiu, mas o progresso tem sido lento em outras frentes.

A violência contra jornalistas recuou em 2023, segundo o relatório do Instituto Herzog, mas permaneceu um pouco acima da média histórica.

Dom Philips foi baleado em 2022 por pescadores ilegais quando viajava com Bruno Pereira, um especialista em povos indígenas isolados que estava rastreando a atividade de caçadores ilegais em reservas protegidas.

O relatório do Instituto Herzog apontou que repórteres têm deixado a floresta temendo por suas vidas após receberem ameaças de garimpeiros, madeireiros e fazendeiros que ocuparam terras indígenas.

Em 2020, Roman dos Anjos, que fez uma reportagem sobre o garimpo ilegal de ouro na reserva Yanomami, foi sequestrado, espancado e deixado na floresta com fraturas pelo corpo. Ele sobreviveu à provação e ainda está esperando que seus sequestradores sejam levados à Justiça.

© Reuters. Imagem projetada no prédio do Ministério dos Direitos Humanos com fotos de Dom Phillips e Bruno Pereira
05/06/2024
REUTERS/Ueslei Marcelino

Também em 2020, um jornalista que investigava a venda de mercúrio, usado por garimpeiros para separar o ouro do minério, foi perseguido e ameaçado por garimpeiros em Porto Velho. Em uma viagem de reportagem um ano depois, homens armados dispararam para o alto para afugentá-lo, disse o Instituto Herzog.

Em 2022, na mesma cidade, criminosos metralharam o escritório do jornal local Rondônia ao Vivo, que havia criticado os interesses dos fazendeiros que empurravam a fronteira agrícola para as terras indígenas, segundo o relatório.

"É preciso, com urgência, que o Estado brasileiro garanta a segurança para esses jornalistas e para suas fontes; para os defensores dos povos tradicionais; para os que enfrentam os grileiros, garimpeiros, madeireiros ou criminosos disfarçados de empresários do agro; para todas as pessoas que vivem na Amazônia, um território cada vez mais controlado por organizações criminosas", escreveu a repórter de TV Sônia Bridi, uma veterana na cobertura da Amazônia, no relatório.

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