Lula diz que convencerá Marina e Ibama sobre prospecção de petróleo na Foz do Amazonas

Publicado 14.02.2025, 09:21
Atualizado 14.02.2025, 16:20
© Reuters

Por Eduardo Simões

(Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira que convencerá o Ibama e a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, a concordarem com a prospecção de petróleo na costa do Amapá, na região da foz do rio Amazonas, conhecida como Margem Equatorial.

Em entrevista à Rádio Clube do Pará, Lula afirmou que Marina não é contrária à prospecção de petróleo na região porque é uma pessoa inteligente. O presidente disse que, assim como a ministra, ele também quer que a prospecção seja feita com "toda responsabilidade" com o meio ambiente e garantiu que isso irá acontecer.

"A gente quer mostrar para o Ibama, a gente quer mostrar para a companheira Marina, a gente quer mostrar para os especialistas que é plenamente possível a gente fazer a prospecção de petróleo. O Suriname está fazendo a 50km da gente, a Guiana está fazendo muito próximo da gente", disse Lula.

"Eu tenho certeza que a Marina jamais será contra, porque a Marina é uma pessoa muito inteligente e o que a Marina quer é o seguinte: 'não é que eu não quero fazer, é como fazer'. Esse 'como fazer' é uma coisa que eu quero, que ela quer e que você quer, como fazer para a gente não ser predatório com a nossa querida Amazônia."

O presidente disse ainda que o Brasil não pode "prescindir" de explorar petróleo no Amapá, afirmando que o dinheiro arrecadado com essa exploração serviria para ajudar a financiar a transição energética e o fortalecimento da política ambiental.

"Nós vamos explorar esse petróleo, vamos fazer pesquisa", assegurou Lula na entrevista.

"Se não tiver petróleo, tudo bem, vamos procurar em outro lugar. Mas se tiver petróleo, nós temos que saber como explorá-lo, e inclusive usar o dinheiro para que a gente possa ter uma política mais forte de fiscalização, mais forte ambientalmente e cuidar melhor do Brasil", afirmou.

Procurado, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima não respondeu de imediato a um pedido de comentários sobre as declarações do presidente.

Na tarde desta sexta, horas após a entrevista de Lula à Rádio Clube do Pará, Marina discursou em evento com a presença do presidente em evento em Belém para anúncio de ações do governo federal para a realização da cúpula das Nações Unidas sobre o clima, COP30, que acontecerá em novembro na capital paraense.

Marina não abordou a questão do petróleo no Amapá, mas em sua fala disse que o Brasil pode dar grande contribuição ao desenvolvimento sustentável e defendeu que o país siga investindo na descarbonização de sua matriz energética, assim como apontou a necessidade uma transição rumo ao fim do uso de combustíveis fósseis, que é o caso do petróleo.

Nesta semana, em entrevista a uma rádio do Amapá, Lula disse que até a próxima semana haveria uma reunião entre Ibama e Casa Civil para tratar da prospecção de petróleo em águas ultraprofundas daquele Estado com uma possível definição sobre o tema.

A Petrobras (BVMF:PETR4) atualmente aguarda um retorno do Ibama sobre um pedido de reconsideração feito em 2023, após o órgão ambiental ter negado uma licença de perfuração na área. O Ibama não tem um prazo definido para responder.

No mês passado, a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia dos Anjos, disse ter expectativas de que a companhia tenha um aval do Ibama para avançar com a exploração na Bacia da Foz do Rio Amazonas, em águas ultraprofundas do Amapá, ainda no primeiro trimestre deste ano.

A região do litoral norte do Brasil tem grande potencial para descobertas de petróleo, mas também enormes desafios socioambientais. A área é considerada a de maior potencial para a abertura de uma nova fronteira de petróleo no país, devido à geologia semelhante com a vizinha Guiana, onde a Exxon Mobil (NYSE:XOM) está desenvolvendo campos enormes.

(Por Eduardo Simões, em São Paulo)

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