O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou ao desfile do 7 de Setembro, na Esplanada dos Ministérios, às 9h10, acompanhado da primeira-dama, Janja Lula da Silva. É a 1ª celebração da Independência do Brasil de que o chefe do Executivo participa em seu 3º mandato. No total, Lula já esteve em 9 desfiles, contando seus 2 primeiros mandatos e o deste ano.
O casal chegou à área reservada para autoridades em carro aberto, o Rolls-Royce (LON:RR) presidencial. Janja usou um vestido vermelho, cor associada ao PT, partido de Lula. Ao longo do caminho entre o Palácio do Planalto e a área reservada às autoridades, Janja fez o símbolo do “L” com a mão, gesto usado durante a campanha eleitoral pelos apoiadores do petista.
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O evento deste ano tem como slogan “democracia, soberania e união”. O governo quis usar o desfile cívico-militar para apresentar um discurso de pacificação do país, desvincular símbolos nacionais atrelados ao bolsonarismo e fazer um gesto de aproximação às Forças Armadas.
Parte dos militares aderiu ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante seu governo e, agora, Lula tenta aprimorar a relação com a caserna e reduzir a partidarização das Forças. Em um evento essencialmente militar, o discurso em defesa da democracia visa a justamente minimizar a adesão da categoria ao bolsonarismo, na avaliação do governo.
O governo usou as cores da bandeira nacional, em especial o verde e o amarelo, na campanha publicitária sobre a data comemorativa. A decoração do evento também é baseada nestas cores e em símbolos nacionais.
Os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do STF (Supremo Tribunal Federal), Rosa Weber, acompanham o desfile. Os comandantes das Forças Armadas também estão presentes: o general Tomás Ribeiro Paiva, do Exército, o almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen, e o tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno.
Quase todos os ministros também participam do evento ao lado de Lula. Só 6 faltaram:
- Flávio Dino (Justiça);
- Fernando Haddad (Fazenda);
- Ana Moser (Esporte);
- Waldez Góes (Desenvolvimento Regional);
- Mauro Vieira (Relações Exteriores);
- Carlos Lupi (Previdência).
Logo no início do desfile, Lula se levantou para cumprimentar o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, (PT), que esteve na mira do Centrão durante as negociações da reforma ministerial. Lula havia oferecido o ministério ao PP em conversas com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Dias, no entanto, resistiu a deixar o posto e conseguiu arregimentar o apoio do PT. Contou também com a ajuda de Janja para se manter no posto.
Já o ministro Márcio França (PSB), que trocará de ministério na acomodação do PP e do Republicanos no governo, se manteve afastado de Lula e de quase todos os ministros durante o desfile. A cúpula do governo ficou na parte da frente da área destinada às autoridades e França se manteve no fundo do local.
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Símbolo da vacinação no país, Zé Gotinha participou pela 1ª vez do desfile de 7 de Setembro. Foi muito aplaudido pela plateia.
Soldados do Exército de origem indígena também fizeram saudações a Lula em suas línguas originais: “Viva a independência do Brasil. Tudo pela Amazônia. Selva”.