O candidato à Presidência da Argentina Javier Milei pediu, na 3ª feira (12.set.2023), que Sergio Massa, ministro da Economia e também concorrente no pleito, adie a entrega do orçamento de 2024. Ele sugere que o texto só seja liberado em 10 de dezembro.
Segundo o jornal Clarín, Milei enviou uma nota ao Ministério da Economia argentino dizendo que a Lei Orçamental de 2024 deveria ser enviada ao Legislativo “em consenso com a força política mais votada nas convocatórias de 22 de outubro” –data do 1º turno das eleições na Argentina; um eventual 2º turno ocorreria em 19 de novembro.
Ao justificar o pedido, Milei disse que o orçamento é uma das “atividades mais relevantes do Poder Executivo nacional” e que o seu conteúdo molda “de forma relevante e de forma crucial as políticas monetárias, cambiais e financeiras do setor público”.
Massa respondeu que, conforme estipulado, enviará o projeto ao Congresso na 6ª feira (15.set) e que o equilíbrio fiscal será o objetivo principal.
Javier Gerardo Milei tem 52 anos, é formado em economia e liderou com 30,4% dos votos a eleição primária de 13 de agosto de 2023 na disputa pela Presidência da Argentina. Ele está à direita no espectro político ideológico, com ideias liberais na economia. Defende fechar o Banco Central do país, acabar com o peso e usar o dólar dos EUA como moeda local.
O candidato concorre à Casa Rosada pela coalizão “La Libertad Avanza” (em português, A Liberdade Avança). Milei se autodefine como “anarcocapitalista” e “libertário” –é contra a interferência do Estado na sociedade e a favor do sistema de livre mercado. Diz que seu programa será uma “motosserra” para cortar gastos públicos. Afirma que o aquecimento global é uma mentira, é a favor da venda de órgãos e defende o sistema de educação não obrigatório e privado.
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Milei lidera as intenções de voto para o 1º turno, mas a disputa deve ser decidida apenas no 2º turno. Na Argentina, para ser eleito em 1º turno, o candidato deve:
- receber, ao menos, 45% dos votos válidos; ou
- ter, pelo menos, 40% dos votos com 10 pontos percentuais de vantagem em relação ao 2º colocado.
Ele também lidera as pesquisas de um eventual 2º turno.