(Reuters) - Aliados e adversários do presidente Jair Bolsonaro (PL) devem continuar nesta terça-feira as avaliações sobre seu desempenho na entrevista ao Jornal Nacional e os possíveis impactos na campanha, num dia em que os líderes da corrida ao Palácio do Planalto têm encontros com empresários em São Paulo.
Na noite de segunda, Bolsonaro, que está em segundo lugar nas pesquisas eleitorais, evitou assumir um compromisso absoluto de reconhecer os resultados das eleições de outubro, dizendo que fará isso "desde que sejam limpas e transparentes".
"Serão respeitados os resultados das urnas, desde que as eleições sejam limpas e transparentes", afirmou Bolsonaro, que inaugurou rodada de entrevistas do Jornal Nacional da TV Globo com os postulantes ao Palácio do Planalto.
Quando questionado sobre seus planos para a economia caso seja reeleito, Bolsonaro não entrou em detalhes, prometendo continuidade da política já adotada, e justificou que as promessas econômicas de sua campanha anterior, em 2018, foram frustradas pela pandemia, pela seca e pelo conflito da Ucrânia com a Rússia.
Nesta terça, o presidente participa da cerimônia de abertura do Congresso Aço Brasil 2022 pela manhã e depois almoça com empresários em encontro organizado pelo grupo Esfera.
Líder nas pesquisas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também se reúne com empresários em São Paulo. No início da noite, o petista terá encontro com representantes do setor da construção civil.
Em um distante terceiro lugar na disputa, o candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, será o entrevistado do Jornal Nacional nesta noite.
SEM ESCORREGÕES
Uma avaliação inicial da equipe de campanha de Bolsonaro viu como positiva a participação do candidato na entrevista ao JN, sem ter cometido nenhum grande escorregão, segundo duas fontes disseram à Reuters na noite da segunda-feira.
Uma das fontes afirmou que o presidente não perdeu a cabeça e foi educado, não foi grosseiro e enfrentou a pressão. Outra fonte avaliou que Bolsonaro mais acertou do que errou durante os 40 minutos de entrevista ininterruptos. "Na média, acho que foi um empate", resumiu.
CRÍTICAS AO BANCO CENTRAL
Na segunda-feira também, Lula criticou a decisão do Banco Central de elevar a taxa básica de juros da economia nos últimos meses, afirmando que o remédio foi errado para a inflação atual, defendendo que o governo deveria ter atuado no controle dos preços administrados antes, e não apenas às vésperas da eleição.
"A decisão e a função que se dá ao Banco Central não pode ser apenas um instrumento de aumentar a taxa de juros para tentar conter a inflação. Ora, isso é muito bonito quando a gente tem inflação de demanda, mas quando você não tem inflação de demanda, você não precisa usar aumento de juro para reduzir a inflação", disse Lula em entrevista à imprensa estrangeira.
AJUDA PARA PRESERVAR AMAZÔNIA
Na mesma entrevista, Lula colocou o combate ao desmatamento na Amazônia e às mudanças climáticas como uma de suas prioridades, mas deixou claro que é preciso a colaboração internacional para ajudar a manter a floresta em pé.
"O que nós precisamos ter em conta é que possivelmente, se nós soubermos trabalhar, e o mundo estiver disposto a colaborar, a manutenção de uma árvore em pé na Amazônia talvez valha mais do que qualquer investimento que se queira fazer", disse.
PRÓXIMAS PESQUISAS ELEITORAIS
= AtlasIntel - 25 de agosto, quinta-feira
ÚLTIMAS PESQUISAS DIVULGADAS
BTG/FSB
Divulgada em 22 de agosto
Margem de erro de 2 pontos percentuais
1º turno:
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - 45%
Jair Bolsonaro (PL) - 36%
Ciro Gomes (PDT) - 6%
Simone Tebet (MDB) - 3%
Outros - 2%
Branco/nulo - 2%
Não sabem - 3%
2º turno:
Lula (PT) - 52%
Bolsonaro (PL) - 39%
DATAFOLHA
Divulgada em 18 de agosto
Margem de erro de 2 pontos percentuais
1º turno:
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - 47%
Jair Bolsonaro (PL) - 32%
Ciro Gomes (PDT) - 7%
Simone Tebet (MDB) - 2%
Outros - 1%
Brancos, nulos - 6%
Não sabem - 2%
2º turno:
Lula (PT) - 54%
Bolsonaro (PL) - 37%
PODERDATA
Divulgada em 17 de agosto
Margem de erro de 2 pontos percentuais
1º turno:
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - 44%
Jair Bolsonaro (PL) - 37%
Ciro Gomes (PDT) - 6%
Simone Tebet (MDB) - 4%
Outros - 1%
Brancos e nulos - 4%
Não sabem - 3%
2º turno:
Lula (PT) - 52%
Bolsonaro (PL) - 38%
GENIAL/QUAEST
Divulgada em 17 de agosto
Margem de erro de 2 pontos percentuais
1º turno:
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - 45%
Jair Bolsonaro (PL) - 33%
Ciro Gomes (PDT) - 6%
Simone Tebet (MDB) - 3%
Outros - 0%
Brancos e nulos - 6%
Não sabem - 6%
2º turno:
Lula (PT) - 51%
Bolsonaro (PL) - 38%
IPEC/TV GLOBO
Divulgada em 15 de agosto
Margem de erro de 2 pontos percentuais
1º turno:
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - 44%
Jair Bolsonaro (PL) - 32%
Ciro Gomes (PDT) - 6%
Simone Tebet (MDB) - 2%
Outros - 1%
Brancos e nulos - 8%
Não sabem - 7%
2º turno:
Lula (PT) - 51%
Bolsonaro (PL) - 35%
(Por Alexandre Caverni e Fernando Cardoso)