A Polícia Civil recuperou mais 9 das 21 armas que haviam sido furtadas de um quartel do Exército em Barueri, na região metropolitana de São Paulo. Na última semana, 8 já haviam sido encontradas na comunidade Gardênia Azul (BVMF:AZUL4), na zona oeste do Rio de Janeiro.
A informação sobre as 9 armas recuperadas foi divulgada pelo secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, na madrugada deste sábado (21.out.2023). Em seu perfil no X (antigo Twitter), ele afirmou que foram recuperadas 5 armas ponto 50 e 4 de calibre 7.62. Elas estavam em uma região de mata na Grande São Paulo.
Segundo Derrite, a polícia descobriu que o armamento seria entregue para criminosos na Grande São Paulo. Os agentes foram até o local onde as armas estavam escondidas. Houve troca de tiros e os criminosos fugiram.
Uma equipe do Exército checou o arsenal, que foi levado para a delegacia de Carapicuíba, e confirmou que as armas são parte do material furtado.
“Pelas nossas contas, faltam 4 [armas calibre] .50 a serem encontradas. As investigações continuam”, afirmou Derrite.
Assista à declaração de Derrite:
Excelente trabalho da Polícia Civil. Confirmamos com o Exército Brasileiro e as nove armas encontradas em uma região de mata foram subtraídas de Barueri. pic.twitter.com/wQI79n6Kl2— Guilherme Derrite (@DerriteSP) October 21, 2023
O Comando Militar do Sudeste informou na 5ª feira (19.out) que demitirá o diretor do AGSP (Arsenal de Guerra de São Paulo), tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista, depois dos furtos das armas.
A organização afirmou que as investigações sobre o caso estão sendo conduzidas pelo comando, com apoio do Ministério Público Militar e da Justiça Militar da União. A apuração começou na data em que se notou o desaparecimento das armas, em 10 de outubro. Os 480 militares foram aquartelados inicialmente. O Inquérito Policial Militar corre em sigilo.
Em nota, o Comando Militar do Sudeste informou que a linha de investigação mais provável é que as armas foram tiradas do local de 5 a 8 de setembro. Entretanto, disse que nenhuma hipótese foi descartada até o momento.
Este foi o maior desvio de armas registrado pelas Forças Armadas desde 2009, segundo levantamento do Instituto Sou da Paz (íntegra – PDF – 39kB). De acordo com a ONG, de janeiro de 2015 a junho de 2020, 27 armas do Exército foram desviadas no Brasil.
“Uma única metralhadora ponto 50 desta na mão do crime organizado já é capaz de se transformar em uma crise de segurança pública, treze delas então é um problema de escala nacional”, afirma Bruno Langeani, gerente de projetos do Sou da Paz.
Segundo ele, no último episódio grande de desvio, também ocorrido em uma unidade militar de SP, todas as armas foram recuperadas. “Isto só ocorreu depois de 3 meses e com apoios da polícia civil e polícia federal. Esperamos que o Exército tenha a sabedoria e responsabilidade de envolver novamente estes órgãos”, afirmou.