O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que ⅓ da dívida de Minas Gerais foi contraída no governo Romeu Zema (Novo). Defendeu que, nos últimos 5 anos, ele aumentou o estoque de R$ 100 bilhões para R$ 160 bilhões. “Tudo o que ele fez foi endividar Minas”, disse Haddad.
O ministro conversou com jornalistas nesta 5ª feira (7.dez.2023) depois de participar de reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Haddad defendeu que “a pior coisa” é Zema “agredir” Pacheco “não tendo feito nada em 5 anos” para solucionar o problema do Estado.
O ministro disse ainda que não é hora de “bate boca” ou de ficar “fazendo graça na imprensa”. Segundo ele, o acordo terá que necessariamente passar pelo Senado e pediu para que Zema mude a conduta.
“O presidente Pacheco está muito preocupado com a situação de Minas, porque, dos R$ 160 bilhões que Minas deve, 1/3 da dívida de Minas Gerais foi contraída durante o governo do Zema. Inexplicavelmente, o Zema em vez de se aliar ao presidente Pacheco para resolver o problema, ataca nas redes sociais e na imprensa alguém que foi o único mineiro com autoridade a tomar providências em relação a isso”, disse.
Haddad declarou que Zema não ajuda com esse tipo de conduta e que pôde “fazer alguma coisa” pela dívida do Estado durante os últimos 5 anos. Citou que, neste período, teve um aliado no Palácio do Planalto por 4 anos, em referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Tudo o que ele fez foi endividar Minas. A dívida saiu de um pouco mais de R$ 100 bilhões para R$ 160 bilhões”, afirmou. Haddad disse que, se Zema tiver “disposição”, o governo, o Senado e o Estado vão construir juntos uma solução para a dívida. Declarou que a resolução do problema “não é simples”.
Haddad disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem boa relação com Minas Gerais.
ZEMA E MINAS
Em novembro, Zema foi ao Ministério da Fazenda conversar com Haddad. Disse que o Estado estava apto a federalizar ativos do Estado, como Cemig (BVMF:CMIG4), Copasa (BVMF:CSMG3) e Codemig. O governo de Minas Gerais notificou a Cemig e Copasa sobre eventual medida.
Segundo Haddad, há um problema a ser checado sobre os acionistas minoritários das companhias controladas pelo governo de Minas.
“Nós temos que estudar com muita cautela isso para não gerar nenhum passivo e não cometer nenhuma irresponsabilidade”, disse. O ministro afirmou que haverá um processo de avaliação dos ativos e como serão recepcioná-los no governo federal para abater da dívida.
Haddad disse que havia acertado com o vice-governador de Minas, Mateus Simões (Novo), um prazo de até 31 de março para que o Estado não pagasse a dívida. Zema não teria participado da reunião, segundo Haddad. “O que a gente recebe em troca é um desaforo”, disse.
Haddad disse que a única reunião que teve com Zema foi quando o governador cobrou a “restituição do dinheiro que o Bolsonaro tinha tomado dele dos combustíveis” em referência à compensação com as perdas de arrecadação com o ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços).