Investing.com – No Pro Recap de hoje, fazemos um resumo dos principais balanços da semana, caso você tenha perdido algum: os destaques são os números da Apple, AMD, Starbucks e Pfizer .
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Vendas da Apple decepcionam, apesar dos resultados positivos
As ações da Apple (NASDAQ:AAPL) operavam em queda no pregão desta sexta-feira, 4, em Nova York, após a fabricante do iPhone divulgar sua terceira queda trimestral consecutiva nas vendas, mesmo que os resultados do 3º tri fiscal tenham superado as estimativas.
Às 11h45 de Brasília, as ações da gigante da tecnologia se desvalorizavam 3%, cotadas a US$ 185,43.
A receita gerada pelas vendas do iPhone, que representa quase metade do faturamento total, diminuiu para US$ 39,67 bilhões, ante US$ 40,67 bilhões do ano anterior, ficando abaixo das estimativas de US$ 39,91 bilhões. A receita geral somou US$ 81 bilhões, melhor do que o consenso de US$ 81,73 bilhões, mas abaixo dos US$ 83 bilhões do ano anterior.
A força do negócio de serviços da Apple ajudou a compensar as fracas vendas do iPhone: A receita proveniente de Apple News, Apple TV+ e iCloud, entre outras unidades de serviço, cresceu para US$ 21,21 bilhões, contra US$ 19,60 bilhões do ano anterior, superando as estimativas de US$ 20,76 bilhões.
Quanto ao resultado, o lucro por ação ficou em US$ 1,26, também superando as estimativas de US$ 1,19.
Em relação à fraqueza das vendas do iPhone, no call de resultados, o diretor-geral financeiro da companhia, Luca Maestri, declarou que a Apple espera que o desempenho do aparelho e dos serviços “acelere a partir do trimestre de junho” na comparação ano a ano. Ele também previu mais quedas de dois dígitos nas vendas de Mac e iPad, “especialmente no Mac”, devido a bases comparativas mais difíceis referentes ao ano anterior.
No terceiro trimestre fiscal, a receita do iPad caiu 20% para US$ 5,79 bilhões em relação ao ano anterior, ficando abaixo das estimativas de Wall Street de US$ 6,41 bilhões.
Após o relatório, o Morgan Stanley (NYSE:MS) reduziu o preço-alvo da Apple em US$ 5, para US$ 215, mas manteve a classificação de “overweight” (acima da média). Já o Barclays (LON:BARC) elevou o preço-alvo da gigante de tecnologia para em US$ 18, para US$ 167, mantendo sua classificação de “equal weight” (na média).
AMD recua devido a preocupações com euforia em torno da IA
A Advanced Micro Devices (NASDAQ:AMD) superou as estimativas de resultados e receita na terça-feira, fornecendo projeções acima da média para o 3º tri.
No entanto, as ações da companhia despencaram 7% na sessão seguinte, em meio a um declínio mais amplo no setor de tecnologia, por conta de preocupações dos analistas. O Bernstein declarou que teme que as estimativas “permaneçam muito altas”, diante da euforia em torno da IA e que a ação “nos parece um pouco esticada”, de acordo com a Reuters.
Os estrategistas da Oppenheimer também estavam cautelosos:
“É difícil fazer previsões com confiança, dada a falta de contratos ganhos e/ou cronogramas. A expectativa é que a margem bruta melhore 130 pontos-base para 51% no 3º tri (mix). Preferimos ficar de fora, até que a estratégia de IA da AMD se comprove.”
A CEO da companhia, Lisa Su, afirmou que o envolvimento da empresa em inteligência artificial (IA) aumentou mais de sete vezes, “com vários clientes iniciando ou expandindo programas de suporte para futuras implementações de aceleradores Instinct em escala.”
A empresa teve um lucro de US$ 0,58 por ação no segundo trimestre com receita de US$ 5,4 bilhões, superando as expectativas de Wall Street de US$ 0,57 e US$ 5,32 bilhões, respectivamente, de acordo com analistas pesquisados pelo InvestingPro.
As vendas de data centers recuaram 11% em relação ao ano anterior, para US$ 1,3 bilhão, principalmente devido a menores vendas do processador EPYC de 3ª geração da AMD, ao mesmo tempo em que a receita do cliente despencou 54%, para US$ 998 milhões, devido a uma desaceleração nas remessas de processadores gerada pela fraqueza no mercado de PCs e uma correção significativa de estoque em toda a cadeia de suprimentos do segmento.
O Citi, por sua vez, elevou a recomendação da AMD para compra após esses resultados, além de subir o preço-alvo da ação em US$ 16, para US$ 136 por ação.
“Acreditamos que os produtos de IA da AMD (MI300) iriam reduzir a margem e que o valuation elevado da companhia seria um problema para os investidores, mas nos enganamos nessas duas questões,” afirmaram.
Na quinta-feira, as ações se recuperaram um pouco, subindo 3,5% para US$ 113,15.
A Starbucks (NASDAQ:SBUX) apresentou um lucro por ação acima do esperado, mas as vendas globais comparáveis ficaram abaixo do previsto, mostrando sinais de uma demanda menor pelos produtos da companhia na América do Norte.
O lucro por ação ajustado foi de US$ 1,00, superando as previsões do InvestingPro de US$ 0,95, graças a uma forte recuperação nas vendas na China. Isso também representou um crescimento de 23,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Além disso, a queda nos custos das commodities compensou o impacto dos gastos com salários e benefícios, aumentando a margem de lucro para 17,4% no trimestre que terminou em 2 de julho.
As vendas comparáveis nas lojas da América do Norte aumentaram 7%, abaixo das expectativas. As vendas comparáveis globais na Starbucks cresceram 10%, também ficando abaixo das projeções dos analistas de um crescimento de 11,1%.
Ao falar com investidores após o relatório de resultados, os executivos da Starbucks ressaltaram que esperam uma pressão contínua nas receitas no quarto trimestre, devido em parte à normalização das tendências de preços após vários meses de aumento.
O KeyBanc acredita que a empresa está bem posicionada graças à sua “escala, plataforma digital de primeira classe, competências de inovação e mentalidade de negócios voltada para o futuro”, mas reconhece que “o ambiente operacional continua difícil”.
O Stifel disse que está “animado com a força dos negócios nos EUA e com o ritmo de recuperação mais rápido do que o esperado na China durante o 2º tri fiscal”, mas manteve a recomendação neutra para a ação e diminuiu seu preço-alvo em US$ 7, para US$ 110.
As ações subiram 0,9% na quarta-feira.
Pfizer supera as previsões de resultado, mas as vendas caem
A Pfizer (NYSE:PFE) caiu 1,3% na terça-feira depois que a gigante farmacêutica reportou resultados do segundo trimestre melhores do que o previsto, mas também informou que a receita caiu muito por causa de uma grande queda nas vendas relacionadas à covid.
A empresa também diminuiu suas perspectivas de receita para o ano inteiro, alertando sobre “desafios de receita de curto prazo”: agora espera vendas entre US$ 67 e 70 bilhões, com o valor máximo reduzido em US$ 1 bilhão em relação à faixa anterior. Os analistas esperam US$ 61 bilhões.
Para o terceiro trimestre, a Pfizer registrou um lucro por ação de US$ 0,67 sobre uma receita de US$ 12,7 bilhões, superando o consenso dos analistas de US$ 0,57 sobre um faturamento de US$ 12,08 bilhões, segundo analistas consultados pelo InvestingPro.
A empresa projeta um lucro por ação para o ano inteiro de US$ 3,35, melhor do que a expectativa do mercado de US$ 3,01.
O CEO, Dr. Albert Bourla, declarou que a companhia espera “continuar progredindo na segunda metade de 2023”.
Após esses números, vários analistas – como JPMorgan (NYSE:JPM), Morgan Stanley e Wells Fargo (NYSE:WFC) - mantiveram a classificação neutra para o papel, com preços-alvo entre US$ 38 e 40. Truist e BMO Capital ainda recomendam compra na Pfizer.
Yasin Ebrahim, Scott Kanowsky, Senad Karaahmetovic, Liz Moyer e Davit Kirakosyan contribuíram para esta matéria. Tradução de Julio Alves.
