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ABERTURA: Ibovespa tem forte queda com ajuste após feriado do Carnaval; dólar sobe

Publicado 26.02.2020, 13:09
© Reuters.  ABERTURA: Ibovespa futuro tem forte queda com ajuste após feriado do Carnaval
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Por Gabriel Codas

Investing.com - Após dois dias sem negociação por causa do Carnaval, a B3 iniciou as negociações às 13h00 nesta Quarta-Feira de Cinzas. A jornada após as festividades inicia como era aguardada pelo mercado: com ajuste no Ibovespa e no dólar após dois dias de tombo nos principais índices acionários globais e fuga para ativos de segurança.

A sessão desta quarta-feira começa com forte queda de 4,87% aos 108.145,58 pontos no Ibovespa às 13h20, com o dólar avançando 0,64% a R$ 4,4158.

Seguem no radar temores com o avanço do surto de coronavírus além da China e seus impactos na economia, com receios de recessão caso outros países adotem medidas drásticas adotadas pela China - como fechamento de fábricas, restrição de fluxo de pessoas e isolamento de regiões - para conter a propagação do vírus.

Os mercados de ações globais perderam 3,3 trilhões de dólares nos quatro últimos pregões, como medido pelo índice mundial MSCI, que computa ações de 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.

- Cenário Interno

- Coronavírus no Brasil

Uma contraprova realizada pelo governo brasileiro confirmou o primeiro caso do novo coronavírus no Brasil e na América Latina, disse uma fonte nesta quarta-feira, depois de o hospital Albert Einstein ter informado a possível infecção, em São Paulo, de um homem de 61 anos que esteve na Itália.

Em entrevista coletiva concedida nesta quarta-feira, o Ministério da Saúde confirmou a informação.

- Cenário Externo

- Coronavírus

A Ásia relatou centenas de novos casos de coronavírus nesta quarta-feira, incluindo o primeiro soldado norte-americano a ser infectado em uma base militar na Coreia do Sul, e os Estados Unidos alertaram para uma pandemia inevitável, enquanto surtos na Itália e no Irã se propagaram para mais países.

Uma autoridade graduada da Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu maiores preparativos para o surto, o que aumentou uma sensação crescente de que uma proliferação rápida do vírus em mais lugares é inevitável.

Nos EUA, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) também exortou os norte-americanos a se prepararem, dizendo que, embora o risco imediato seja baixo no país, a situação global indica que uma pandemia é provável.

"Não é uma questão de se. É uma questão de quando e quantas pessoas serão infectadas", disse a principal vice-diretora do CDC, Anne Schuchat, na terça-feira. Os EUA relataram 57 casos do vírus.

A Comissão Nacional de Saúde da China relatou outras 406 infecções novas nesta quarta-feira, menos do que as 508 do dia anterior, um número que elevou o total de casos confirmados na China continental a 78.064. O saldo de mortes aumentou em 52 e chegou a 2.715.

De acordo com uma contagem da Reuters, ocorreram quase 50 mortes fora da China, sendo 11 na Itália e 19 no Irã -- esta última a maior cifra fora do território chinês.

China

A recuperação econômica da China está acelerando mas a situação do coronavírus nos epicentros de Hubei e Wuhan ainda é grave, disse o Politburo do Partido Comunista nesta quarta-feira, segundo a televisão estatal.

A China não pode ignorar os riscos de um ressurgimento da epidemia de coronavírus em certas regiões, completou a TV.

Alemanha

A economia da Alemanha está próxima da estagnação no primeiro trimestre devido ao surto de coronavírus, disse o instituto econômico DIW nesta quarta-feira, acrescentando que a indústria alemã será atingida se o vírus continuar se espalhando pelo mundo.

O DIW disse que o produto interno bruto da Alemanha no primeiro trimestre aumentará apenas 0,1% em relação ao trimestre anterior.

“Até agora, no entanto, o efeito do coronavírus não está claro e não pode ser quantificado”, afirmou o diretor econômico do DIW, Claus Michelsen, em comunicado.

BOLSAS INTERNACIONAIS

Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 0,79%, a 22.426 pontos. Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,73%, a 26.696 pontos. Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,83%, a 2.987 pontos. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 1,23%, a 4.073 pontos.

COMODITIES

Os futuros do aço na China caíram nesta quarta-feira em meio a preocupações de que a rápida disseminação do coronavírus na China leve inevitavelmente a uma pandemia global, enquanto o minério de ferro também caiu após 10 sessões consecutivas de ganhos.

O vergalhão de aço para construção na bolsa de Xangai teve um dia de idas e voltas antes de fechar com perdas de 0,4%, a 3.447 iuanes (491,53 dólares), com expectativas de uma retomada na demanda no segundo trimestre limitando as perdas.

O minério de ferro na bolsa de Dalian caiu 2,8%, interrompendo um rali que durava 10 sessões. Na bolsa de Cingapura, os futuros recuaram 3%.

Os temores que abalaram os mercados devem-se à preocupação de que a crescente crise de saúde, que já tem impactado negócios, possa prejudicar o comércio de aço, o que seria um golpe significativo para a China, que responde por cerca da metade da capacidade global de produção de aço.

Autoridades ao redor do mundo ampliaram medidas para prevenir a disseminação do coronavírus, que já matou mais de 2,7 mil pessoas e infectou cerca de 80 mil, principalmente na China, embora os números de casos e vítimas fora da Ásia também estejam crescendo agora.

AÇÕES

A queda do Ibovespa é liderada pelas ações de bancos e Vale (SA:VALE3), que sofrem ajustes após dois dias de queda de suas ADRs em Nova York. Seguem abaixo as cotações de alguns papéis às 13h25:

- Bancos: os papéis do Banco do Brasil (SA:BBAS3) opera em queda de 5,63% a R$ 46,09, enquanto as ações preferenciais do Bradesco (SA:BBDC4) caem 2,99% a R$ 30,86. Já Itaú Unibanco (SA:ITUB4) tem perdas de 3,70% a R$ 31,47 e Santander Brasil (SA:SANB11) desaba 5,26% a R$ 38,72.

- Influenciada também pela forte baixa do minério de ferro, as ações da Vale (SA:VALE3) despencam 7,22% a R$ 46,51.

- Petrobras (SA:PETR4) sofre também com a queda do preço do petróleo no mercado internacional. Os papéis preferenciais da estatal petrolífera tinham perdas de 6,45% a R$ 27,25, enquanto as ordinárias despencavam 7,07% a R$ 28,67.

- A queda dos preços das ações de siderurgia também são influenciadas pela desvalorização do vergalhão de aço. CSN (SA:CSNA3) desaba 7,85% a R$ 12,10, enquanto Usiminas (SA:USIM5) perde 7,09% a 16,24.

- As empresas aéreas lideram as perdas do Ibovespa por causa do avanço do dólar em relação ao real. As ações da Azul (SA:AZUL4) tinham perdas de 9,94% a R$ 50,14, enquanto Gol (SA:GOLL4) sofria baixa de 9,52% a R$ 30,60.

- Outra prejudicada pela alta do dólar e, setorialmente, pela expectativa de queda em viagens de turismo por causa do surto de coronavírus é a CVC (SA:CVCB3), que está entre as 5 maiores perdas do Ibovespa. As ações da companhia caíam 6,25% a R$ 28,95.

- As menores perdas no Ibovespa eram: TIM (SA:TIMP3) (-1,47%); Pão de Açúcar (SA:PCAR4) (-1,92%); Ambev (SA:ABEV3) (-1,78%) e Telefonica (MC:TEF) Brasil (-2,11%).

MERCADO CORPORATIVO

- BRF (SA:BRFS3)

A BRF (SA:BRFS3) não parou de enviar produtos de carne para a China, mesmo em meio ao congestionamentos em alguns dos portos do país causados pelo surto de coronavírus, informou a empresa na sexta-feira, respondendo a consulta da Reuters.

A empresa afirmou, em comunicado, que está monitorando as consequências do surto e o fluxo de mercadorias enviadas para a China diariamente, observando que os movimentos de carga nos portos chineses estão sendo gradualmente restaurados.

Os navios que transportavam contêineres refrigerados de frango dos Estados Unidos para a China estavam sendo desviados para portos de outros países, já que os portos chineses ficaram sem espaço para esse tipo de contêineres, que precisam ser conectados a eletricidade depois de descarregados para manter carne congelada e outros alimentos.

A China está lutando para retomar as operações comerciais normais, uma vez que as consequências do coronavírus atingem as linhas de transporte de contêineres e as cadeias logísticas, com a maior linha de contêineres do mundo, a Maersk alertando na quinta-feira que o surto de coronavírus afetaria os ganhos.

- BP e Eneva (SA:ENEV3)

A petroleira britânica BP e a elétrica Eneva (SA:ENEV3) fecharam parceria para disputar com um projeto de termelétrica a gás duas licitações do governo brasileiro agendadas para 30 de abril, quando serão oferecidos contratos de longo prazo para a compra de energia das usinas vencedoras.

Em caso de sucesso na disputa, as empresas constituiriam uma empresa no Brasil que controlaria a térmica, na qual a Eneva (SA:ENEV3) teria 75% de participação e a BP os restantes 25%, segundo documentos do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Em parecer no Diário Oficial da União desta sexta-feira, o órgão de defesa da concorrência aprovou sem restrições a compra pela Eneva (SA:ENEV3) de uma fatia majoritária no empreendimento inscrito nos leilões, a chamada UTE Fátima, que poderia ter até 1.750 megawtts em capacidade.

O negócio envolve ações na usina pertencentes à Natural Energia, que tem como sócias a Martins Empreendimentos, Engenharia e Participações e a Fox Energy Serviços de Energia.

- IPO – Cury

A Cury Construtora e Incorporadora pediu nesta sexta-feira registro para oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), ampliando a fila de empresas do setor imobiliário que planejam captar recursos no mercado para crescer.

Segundo o prospecto preliminar apresentado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a operação envolve ofertas primária e secundária de ações e será coordenado por BTG Pactual (SA:BPAC11), Itaú BBA, Bank of America e Caixa Econômica Federal.

A Cyrela (SA:CYRE3) será um dos acionistas vendedores na oferta secundária de ações da Cury, que se apresenta como um incorporadora de baixa e média renda, com foco nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

Em fato relevante a Cyrela (SA:CYRE3) afirmou que detém 48,25% da Cury.

- Petrobras (SA:PETR4)

A Petrobras (SA:PETR4) iniciou fase não vinculante para a venda de 100% de sua Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN-III), em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, informou a companhia nesta sexta-feira.

A construção da unidade teve início em 2011, mas foi interrompida em dezembro de 2014, com avanço físico de cerca de 81%. Após concluída, a UFN-III terá capacidade projetada de produção de ureia e amônia de 3.600 t/dia e 2.200 t/dia, respectivamente.

Os potenciais compradores habilitados para essa fase receberão um memorando descritivo contendo informações mais detalhadas sobre o ativo, além de instruções sobre o processo de desinvestimento.

A busca por compradores para a planta no Mato Grosso do Sul faz parte de um ambicioso plano de desinvestimentos da petroleira, que visa levantar recursos para reduzir dívidas e focar atividades em ativos de exploração e produção de petróleo de alta rentabilidade.

- Caixa Seguridade

A Caixa Seguridade, braço de seguros e previdência da Caixa Econômica Federal, protocolou nesta sexta-feira seu amplamente aguardado prospecto preliminar para oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).

A operação, que terá apenas oferta secundária de ações — papéis detidos pela Caixa Econômica — será coordenada por um pool de bancos incluindo Morgan Stanley (NYSE:MS), a própria Caixa Econômica, Bank of America, Credit Suisse, Itaú BBA e Banco do Brasil (SA:BBAS3).

A retomada dos planos acontece quase três anos após a Caixa Seguridade ter desistido do IPO, alegando na época condições adversas de mercado.

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