Investing.com - A Equatorial disparou no pregão desta quarta-feira e tocou no maior valor em cinco meses se descolando do clima geral fortemente negativo da bolsa, pressionada pela aversão ao risco exterior com a tensão entre EUA e Coreia do Norte.
A transmissora de energia (SA:EQTL3) superou no pregão de hoje os R$ 60, tocando na máxima de R$ 60,67, maior valor de negociação do ativo desde 1ª de março. Desde meados de maio quando o mercado tombou com a delação da J&F alterou os cenários de aprovação de reformas com a suspeita de corrupção de Michel Temer, o ativo já subiu 15%, superando as perdas com o crash da bolsa.
O papel subiu 3,2% e encerrou o pregão a R$ 59,88, embalado pelo resultado trimestral apresentado mais cedo acima das expectativas do mercado, com lucro líquido ajustado de R$ 148 milhões, queda de 18% na comparação anual, e avanço de 18% no Ebitda de R$ 396 milhões, alta de 18%.
O BTG Pactual (SA:BBTG11) recebeu positivamente os resultados, classificado como forte pelo banco, e manteve a recomendação de ‘compra’ para o ativo. Já a Citi Corretora permaneceu cautelosa por causa do valuation, desalavancagem dos lucros e maior inadimplência da Cemar, além de menor crescimento de volume de vendas e manteve recomendação ‘neutra’ e preço-alvo de R$ 58,50.
Em teleconferência com analistas, o diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Eduardo Haiama, disse que a companhia permanece focada em distribuição, mas analisa projetos novos e fusões e aquisições em transmissão.
A empresa foi recentemente apontada como uma interessada nos ativos de distribuição da Eletrobras (SA:ELET3) e a Light (SA:LIGT3), colocada à venda pela Cemig (SA:CMIG4). A Equatorial controla distribuidoras com atuação no Maranhão e Pará, respectivamente, Cemar e Celpa, e teria sinergia com os ativos da estatal, que atual no Acre, Alagoas, Amazonas, Rondônia, Roraima e Piauí.
A Equatorial possui ainda oito empreendimentos arrematados em leilões de transmissão da Aneel em 2016 e neste ano, parte de quatro linhas que ligam áreas do Pará, Bahia-Piauí e Minas Gerais- Bahia. O investimento previsto nesses ativos é de R$ 4,6 bilhões.