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Investing.com – A Alphabet, controladora do Google, divulgou nesta terça-feira seu balanço do quarto trimestre, apresentando receita abaixo das projeções de Wall Street. O resultado reflete um desempenho abaixo do esperado na divisão de computação em nuvem, em um momento em que a gigante da tecnologia intensifica investimentos em inteligência artificial diante do aumento da concorrência.
As ações da Alphabet de Classe A (BVMF:GOGL35) (NASDAQ:GOOGL) recuavam mais de 7% no premarket em Nova York, em reação aos números e previsões do último balanço da companhia.
No trimestre encerrado em 31 de dezembro, a empresa registrou lucro de US$ 2,15 por ação sobre uma receita de US$ 96,47 bilhões. O mercado projetava um lucro de US$ 2,12 por ação e uma receita de US$ 96,69 bilhões.
A receita com publicidade totalizou US$ 72,46 bilhões no período, acima dos US$ 65,52 bilhões registrados um ano antes e superando a estimativa de US$ 71,73 bilhões. Já a receita com anúncios no YouTube subiu para US$ 10,47 bilhões, frente aos US$ 9,2 bilhões do ano anterior, também acima da projeção de US$ 10,22 bilhões.
A divisão Google Cloud reportou receita de US$ 11,96 bilhões no trimestre, um crescimento anual em relação aos US$ 9,19 bilhões do mesmo período do ano anterior. Ainda assim, o número veio abaixo da estimativa consensual de US$ 12,19 bilhões.
A Alphabet também informou que pretende investir aproximadamente US$ 75 bilhões em despesas de capital em 2025.
JPMorgan corta preço-alvo
Os analistas do JPMorgan (NYSE:JPM) reduziram o preço-alvo das ações da Alphabet (NASDAQ:GOOGL) de US$ 232 para US$ 220, mantendo a recomendação "overweight" (acima da média do mercado).
Segundo o relatório, as ações do Google recuaram mais de 7% após os resultados do quarto trimestre, já que a receita consolidada da Alphabet (+12% ao ano, ajustada para efeitos cambiais) e o lucro operacional (margem de 32,1%) ficaram ligeiramente abaixo das projeções.
Além disso, a empresa sinalizou um novo aumento expressivo nos investimentos em 2025. Ainda assim, os resultados do Search e do YouTube foram robustos. O segmento de buscas avançou cerca de 13% ao ano, em linha com as expectativas, enquanto o YouTube superou as projeções, crescendo aproximadamente 14% ao ano. A maior pressão veio da divisão Network, que recuou 4% na base anual, além do desempenho abaixo do esperado em SPD e Cloud.
Os analistas destacam que os desafios do trimestre estão concentrados em três fatores:
- gastos de capital para 2025;
- trajetória da receita do Google Cloud;
- e a evolução dos custos e margens ao longo do próximo ano.
A Alphabet agora prevê um capex de aproximadamente US$ 75 bilhões em 2025, representando um avanço de 43% após um salto de 63% em 2024, com foco na expansão da infraestrutura de IA, incluindo servidores, data centers e equipamentos de rede.
A receita do Google Cloud avançou 30%, desacelerando ante os 35% do trimestre anterior. A empresa indicou restrições de capacidade devido à demanda acima da oferta, o que, por um lado, pode ser visto como um sinal positivo.
Em relação a custos e margens, a margem operacional de 32,1% ficou um pouco abaixo das projeções, mas ainda assim representou um avanço de 465 pontos-base na comparação anual (+325 pontos-base excluindo itens não recorrentes).
O ponto central agora é avaliar a capacidade do Google de sustentar essa expansão em 2025, considerando um ritmo mais moderado de crescimento da receita e a aceleração da depreciação. A estimativa de lucro operacional para 2025 foi reduzida em 2%, para US$ 126 bilhões, com uma expectativa mais conservadora de expansão de margem, projetada em 50 pontos-base.
Os analistas também questionam por que o mercado reagiu negativamente ao novo ciclo de investimentos do Google, enquanto a Meta teve um aumento de mais de 60% no capex previsto para 2025 bem recebido pelos investidores. A explicação, segundo o JPMorgan, passa por dois fatores:
- o retorno sobre os investimentos em IA está mais evidente no core business de publicidade da Meta; e
- há incertezas sobre a sustentabilidade do crescimento do Google Search.
Ainda assim, mesmo diante do aumento da concorrência, o segmento de buscas segue com expansão sólida (+13% ao ano no quarto trimestre), e a Alphabet avalia que as AI Overviews estão monetizando em patamares similares às buscas tradicionais.
As projeções de receita da Alphabet para 2025/2026 foram reduzidas em menos de 1%, enquanto a estimativa de lucro operacional caiu 2%, refletindo principalmente o impacto da depreciação acelerada.
O curto prazo pode trazer alguma pressão, à medida que o mercado se ajusta à perspectiva de investimentos mais altos. No entanto, os analistas seguem otimistas quanto às inovações em IA e ao crescimento contínuo da publicidade.
O JPMorgan mantém uma visão positiva para as ações da Alphabet, com preço-alvo de US$ 220 para dezembro de 2025, baseado em um múltiplo de aproximadamente 22 vezes a estimativa de LPA GAAP de US$ 10,03 para 2026.
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