Investing.com — As ações da BASF SE (OTC:BASFY) caíram 2% na quarta-feira após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre, que ficaram abaixo das expectativas em várias divisões-chave, apesar de algumas áreas apresentarem resiliência.
O EBITDA ajustado da empresa foi de €1,622 bilhão, ficando 3% abaixo do consenso de mercado. A divisão de produtos químicos, tradicional pilar das operações da BASF, teve um desempenho particularmente fraco, impactada por paradas operacionais e custos de expansão na China.
A BASF reportou vendas trimestrais de €15,74 bilhões; no entanto, o resultado positivo da receita foi insuficiente para compensar os desafios operacionais.
O EBIT ajustado do trimestre também ficou aquém das estimativas, registrando €635 milhões. A baixa rentabilidade no segmento de soluções agrícolas foi um dos principais obstáculos, com o EBITDA caindo 61%, reflexo de pressões de preços e movimentos desfavoráveis no câmbio.
A empresa revisou sua orientação anual, indicando que o EBITDA ajustado deve ficar no limite inferior da faixa de €8-8,6 bilhões.
O Jefferies agora projeta que o EBITDA anual da BASF atingirá €7,8 bilhões, ligeiramente abaixo da estimativa de consenso de €7,9 bilhões.
Os analistas destacaram a persistência de uma demanda lenta em alguns mercados principais, mas também reconheceram melhora no núcleo de negócios, como Nutrição e Cuidados, que superou expectativas com alta de 40% no EBITDA ajustado.
O sentimento dos investidores foi abalado pelos indicadores de fluxo de caixa da BASF. O fluxo de caixa livre no trimestre foi de apenas €569 milhões, uma queda expressiva em relação aos €1,47 bilhão do mesmo período do ano anterior.
Além disso, a dívida líquida aumentou para €19,7 bilhões, com uma relação de alavancagem de 2,8x EBITDA, sinalizando pressões financeiras que podem limitar a flexibilidade da empresa.
Apesar de alguns pontos positivos, como volumes de vendas acima do esperado nas divisões de materiais e soluções industriais, o tom geral do relatório deixou os investidores cautelosos.
O desempenho da BASF reflete ventos contrários macroeconômicos, incluindo demanda enfraquecida na Europa e condições voláteis na China.
Analistas do Jefferies enfatizaram que, apesar de sinais de estabilização no portfólio da BASF, a rentabilidade da empresa continua vulnerável a flutuações nos preços de energia e a um ambiente macroeconômico global menos dinâmico.
“No geral, o 3T24 está em linha, mas com uma composição diferente do esperado. Esperamos pequenos ajustes de consenso, o que pode aliviar a pressão sobre o preço das ações,” comentaram os analistas do Morgan Stanley (NYSE:MS) em nota.