Por Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - O mercado reage de forma negativa ao resultado do segundo trimestre de 2022 da Engie (BVMF:EGIE3), com a ação registrando uma das quedas mais expressivas dentro do Ibovespa nesta manhã. Os números, segundo relatórios divulgados hoje, 03, mostram que a empresa de energia teve um bom desempenho operacional, mas nada surpreendente.
Às 11h47, as ações da Engie caíam 2,04%, a R$ 43,25. No mesmo horário, o Ibovespa recuava 0,35%, a 102.999 pontos.
A Eleven Financial explica que a receita líquida da Engie sofre o impacto das operações de curto prazo de compra e venda de energia. Dessa forma, a research aponta ser mais interessante avaliar o Ebitda ajustado da companhia.
A Engie reportou um Ebitda de R$ 1,717 bilhão no 2T22, alta anual de 25,4%, o que para a Eleven mostra o efeito positivo das transações de curto prazo.
Segundo o banco Safra, o Ebitda da Engie também foi influenciado pelas margens de construção de linhas de transmissão, pela remuneração de concessões e pelo AAR do braço de Transmissão, não incluído no Ebitda reportado.
Além disso, o indicador também se beneficiou da constituição de impairment referente à usina termelétrica Pampa Sul, pois a Engie pretende prosseguir com o desinvestimento do ativo, segundo o Safra.
O lucro líquido reportado foi de R$ 395 milhões, um avanço anual de 23,9%, porém bem abaixo das expectativas do Safra, por causa de despesas financeiras acima do esperado.
A alavancagem caiu para 2,1x Dívida Líquida/Ebitda no 2T22, ante 2,2x no trimestre anterior. Para a Eleven, esse é um patamar saudável para o indicador, mas é preciso destacar que houve um aumento da dívida líquida de 25% sobre o 1T22 e que isso é resultado de fortes investimentos em projetos de transmissão e na expansão da capacidade instalada de geração de energia renovável.
A companhia também anunciou a aprovação de dividendos intercalares referentes a 55% de payout sobre o lucro distribuível do 1S22 de R$ 0,708254 por ação, o equivalente a um dividend yield de 1,6%.
De uma maneira geral, a Eleven considerou os resultados da Engie dentro do esperado, apesar da sua clara evolução, e pois a research mantém a indicação neutra sobre os ativos, com preço-alvo de R$ 50.
Já o Safra aprova o valuation da Engie e por isso, indica compra, com preço-alvo em R$ 46.