As ações de luxo europeias sofreram uma queda à medida que os investidores reagiram à possibilidade de produtos de alta qualidade, como bolsas Hermes e sapatos Dior, se tornarem o foco de retaliação comercial por parte da China.
Essa preocupação surge após a imposição de tarifas pela União Europeia sobre veículos elétricos (VEs) chineses. No entanto, analistas acreditam que tal movimento contra bens de luxo é improvável.
Patrice Nordey, CEO da consultoria de inovação Trajectry, com sede em Xangai, expressou suas opiniões sobre o assunto, afirmando: "É uma questão de como Pequim responderá às tarifas sobre VEs. Haverá uma escalada? Eu acho que sim. Irá afetar os bens de luxo? Não acredito."
A resposta da China às ações da UE até agora tem sido direcionar indústrias significativas para a França, incluindo conhaque, carne suína e laticínios. A França foi uma defensora das tarifas sobre VEs. Consequentemente, as ações de empresas de luxo como LVMH, Hermes, Kering (EPA:PRTP), Ferragamo e Burberry (LON:BRBY) sofreram uma queda de 2% a 6% na terça-feira, após a China anunciar medidas antidumping temporárias sobre importações de conhaque.
Jacques Roizen, diretor-geral de consultoria na China da Digital Luxury Group, explicou que visar bens de luxo contradiria as políticas historicamente favoráveis da China em relação às empresas de luxo. Ele citou o desenvolvimento de Hainan como um importante destino de compras duty-free como evidência da preferência da China em reter os gastos com luxo internamente para fins de receita fiscal.
Espera-se que o mercado de luxo chinês represente 35% do total global este ano, apesar das recentes desacelerações, de acordo com Jelena Sokolova, analista sênior de ações da Morningstar. Essa participação significativa sublinha por que as ações de luxo europeias são sensíveis às notícias da China. A ameaça de tarifas ou aumento de impostos sobre bens de luxo importados poderia impactar significativamente os conglomerados de luxo franceses.
As exportações de conhaque francês para a China somaram 1,7 bilhão de dólares no ano passado, dominando as importações de conhaque do país. Além disso, a China importou 11 bilhões de euros (12 bilhões de dólares) em bens de luxo europeus no ano passado.
Albert Hu, professor de economia da China Europe International Business School em Xangai, sugeriu que o tamanho do mercado de bens de luxo pode torná-lo um alvo improvável para a retaliação da China. "Acho que, neste momento, nem a UE nem a China querem uma guerra comercial em grande escala que prejudicaria ambas as economias", disse ele, indicando que a abordagem direcionada da China para retaliação mostra sua disposição em negociar com Bruxelas.
A natureza da indústria de bens de luxo também desafia a plausibilidade das alegações de dumping. Sokolova comentou sobre a dificuldade de justificar alegações de dumping para itens de luxo com preços elevados, como bolsas de 2.000 dólares.
A Reuters contribuiu para este artigo.
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