As ações de importantes fabricantes de automóveis europeus caíram nesta quinta-feira, em meio à crescente incerteza sobre a potencial resposta da China às tarifas recém-impostas pela União Europeia sobre veículos elétricos chineses. A medida da UE visa contrariar o que considera subsídios injustos de Pequim.
Analistas sugerem que as contramedidas da China podem atingir diretamente a indústria automobilística, afetando particularmente as montadoras alemãs de carros de luxo, e podem se estender a outras indústrias, como a produção francesa de conhaque.
Às 1145 GMT, o índice automóvel europeu tinha caído 2,3%, marcando o seu ponto mais baixo em mais de quatro meses, enquanto o índice mais amplo STOXX 600 registou uma queda de 0,8%. A Volvo Car teve a maior queda, com suas ações caindo 6,2%. Outras empresas automotivas alemãs, incluindo Porsche AG (ETR:P911_p), Volkswagen (ETR:VOWG) (ETR:VOWG_p), Mercedes e BMW (ETR:BMWG), viram suas ações caírem de 1,7% a 3,7%.
Na quarta-feira, Bruxelas anunciou que, a partir de julho, imporá taxas adicionais sobre veículos elétricos chineses importados, com taxas que variam de 17,4% para a BYD (SZ:002594) a 38,1% para a SAIC, além do imposto padrão de 10% sobre carros. Em resposta, a agência de notícias estatal chinesa Xinhua informou que Pequim espera que a UE reconsidere essas tarifas e se abstenha de proteger ainda mais seu setor automotivo da concorrência.
O Morgan Stanley expressou especial cautela em relação à montadora de carros de luxo Porsche, que é controlada pela Volkswagen e estava sendo negociada em seu nível mais baixo desde sua listagem em 2022. O banco norte-americano antecipa um potencial impacto negativo nas projeções financeiras futuras para os OEMs alemães.
Enquanto isso, analistas do UBS sugeriram que as principais montadoras chinesas provavelmente continuariam sua expansão no mercado europeu e poderiam acelerar o estabelecimento de fábricas locais em países como Hungria, Itália e Espanha. O banco suíço também observou que ainda não está claro se a China retaliará e se tais ações afetarão o setor automotivo.
As repercussões da decisão tarifária da UE também foram sentidas pelos fornecedores de automóveis, com as ações da Forvia e da Valeo (EPA:VLOF) caindo 5% e 3,2%, respectivamente. Além disso, o potencial de retaliação chinesa levantou preocupações além da indústria automotiva, como evidenciado por uma queda de 4,5% nas ações da fabricante francesa de conhaque Remy Cointreau.
O Ministério do Comércio chinês afirmou que as empresas chinesas mantêm o direito de buscar investigações anti-subsídios e antidumping sobre as importações europeias de laticínios e carne suína.
A Reuters contribuiu para este artigo.Essa notícia foi traduzida com a ajuda de inteligência artificial. Para mais informação, veja nossos Termos de Uso.