Lula diz que não há espaço para negociação e rejeita "humilhação" de ligar para Trump
Por Tom Polansek e Karl Plume
CHICAGO (Reuters) - A Archer-Daniels-Midland, uma das principais esmagadoras de soja e produtora de biocombustíveis dos EUA, reduziu seus lances para comprar a oleaginosa esta semana, antes do esperado anúncio do governo Trump sobre os requisitos de mistura de biocombustível, um dos principais impulsionadores da demanda por óleo de soja.
Processadores como a ADM, sediada em Chicago, estão aguardando há meses a decisão da Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA, na sigla em inglês) sobre as exigências de mistura, enquanto lutam contra a queda das margens de esmagamento e a abundância de estoques de soja.
A Reuters informou na quinta-feira que a EPA deve propor na sexta-feira requisitos de mistura abaixo das recomendações do setor, o que levará a uma demanda menor do que a esperada por óleo de soja a ser usado em biocombustíveis.
A ADM disse em um comunicado enviado por e-mail à Reuters na quinta-feira que não tem informações sobre o anúncio pendente de mistura além das informações publicamente disponíveis e que define de forma independente seus lances básicos, que é a diferença entre os futuros e um preço local em dinheiro para compra do grão imediatamente.
Na quarta-feira, a empresa colocou sua oferta de "basis" em dinheiro em sua principal instalação de Decatur, Illinois, para 20 centavos abaixo do preço futuro da soja de novembro na bolsa de Chicago, de 22 centavos sobre os contratos futuros de julho.
A rolagem para os futuros de novembro, que fecharam com um desconto de 15 centavos em relação a julho na quinta-feira, reduziu o preço local à vista em cerca de 60 centavos de dólar por bushel, o que representa uma queda excepcionalmente acentuada de 6,5% no preço oferecido aos agricultores.
A ADM também reduziu os lances de diferenciais ("basis") em suas outras instalações de esmagamento, e alguns processadores rivais, incluindo a Cargill, seguiram a ADM na quinta-feira.
Outros processadores mantiveram suas ofertas em relação ao contrato futuro de julho.
"A ADM Decatur colocou o mercado de soja em um frenesi", disse a empresa de comércio agrícola John Stewart and Associates em uma nota.
Os valores de "basis" em queda refletem as expectativas de uma grande safra de outono nos EUA e a fraca demanda, que corroeu as margens de processamento das empresas que esmagam a soja para transformá-lo em ração animal à base de farelo de soja e em óleo de soja usado para cozinhar e produzir biocombustíveis.
As margens de esmagamento sofreram com o recente salto na capacidade de processamento dos EUA, que aumentou a oferta disponível de farelo e óleo e pressionou os preços dos produtos de soja.
As preocupações com as tarifas e a falta de clareza das políticas de biocombustíveis dos EUA provocaram ainda mais inquietação entre os esmagadores e os fabricantes de biocombustíveis, e alguns produtores de biodiesel reduziram ou paralisaram suas fábricas.
A ADM disse em abril que fecharia permanentemente uma usina de processamento de soja na Carolina do Sul para cortar custos.
"As margens de esmagamento em dinheiro são péssimas, e há uma série de paralisações programadas para julho", disse Charlie Sernatinger, vice-presidente executivo da Marex Capital Markets.
Diana Klemme, vice-presidente da Grain Service Corp, em Atlanta, que atende hedgers agrícolas nos mercados futuros, enviou um alerta aos clientes depois de ver os ajustes de oferta da ADM.
Ela disse que, em seus mais de 50 anos no negócio de grãos, nunca havia visto uma mudança para os níveis de "basis" da nova safra em junho.
"Eu disse para verificarem seus mercados com cuidado, porque a ADM acabou de baixar todas as suas ofertas em 40-75 centavos de dólar por bushel e passou para os valores da nova safra", disse Klemme. O contrato futuro de novembro representa o preço da colheita de outono no Hemisfério Norte, ou a nova safra.
Os agricultores têm relutado em vender as safras aos processadores porque querem preços mais altos, enquanto os processadores evitaram aumentar os lances para proteger suas margens reduzidas.
(Reportagem de Tom Polansek e Karl Plume; reportagem adicional de Julie Ingwersen)