SÃO PAULO (Reuters) - A AES Brasil (BVMF:AESB3) prevê um aumento de capital privado que pode chegar a 1,1 bilhão de reais para ajudar a financiar a aquisição de três parques eólicos, disse a CEO da empresa, Clarissa Sadock, durante teleconferência com investidores.
Na véspera, a AES Brasil anunciou que celebrou contrato com a Cubico Brasil para comprar sociedades de propósito específico (SPE) que compõem os complexos eólicos de Ventos do Araripe, Caetés e Cassino, sendo os dois primeiros no Nordeste e o terceiro no Rio Grande do Sul.
Os acordos têm um enterprise value de cerca de 2 bilhões de reais, com pagamento de 1,105 bilhão de reais em equity e a assunção de dívida líquida de 928 milhões de reais.
A presidente-executiva explicou que somente os acionistas da companhia poderão participar do aumento de capital, acrescentando que o grupo controlador da empresa deve aportar 100 milhões de dólares.
Uma vez que não é uma oferta pública, o preço por ação será de 9,61 reais, um deságio de 10% calculado com base no preço ponderado pelo volume da ações nos últimos 60 pregões da B3 (BVMF:B3SA3), até 5 de agosto.
A base de acionistas que poderá participar será "travada" no próximo dia 11, ressaltou a executiva.
As ações eram negociadas em queda de 3,46%, a 10,31 reais, por volta das 13h30 (horário de Brasília).
Os acionistas terão 30 dias para decidir se vão ou não participar dessa operação, e terão a prerrogativa de "comercializar esse direito", disse Sadock.
Ela citou ainda sinergias operacionais e comerciais advindas da aquisição anunciada, que ainda precisa ser aprovada pelos órgãos reguladores.
A executiva destacou que a compra dos três parques eólicos, que somam 456 megawatts (MW) de capacidade instalada, deve tornar a companhia a terceira maior geradora renovável do país.
(Por Roberto Samora)