NOVA YORK (Reuters) - O Bank of America (NYSE:BAC) foi multado em 24 milhões de dólares após dois antigos operadores realizarem negociações falsas a partir de uma prática chamada "spoofing" para tentar influenciar o mercado de títulos do Tesouro norte-americano, informou a Autoridade Reguladora da Indústria Financeira dos Estados Unidos (Finra, na sigla em inglês) nesta quinta-feira.
O "spoofing" envolve a realização de ordens que os operadores pretendem cancelar, na esperança de criar uma falsa sensação de atividade de mercado que move os preços na direção que lhes convém, e induzir transações que outros operadores de outra forma não fariam.
A Finra afirmou que um trader júnior e seu supervisor no BofA Securities realizaram 717 operações de "spoofing" entre outubro de 2014 e fevereiro de 2021.
Também criticou o sistema de supervisão do segundo maior banco dos EUA por ser projetado para detectar apenas "spoofing" por meio de algoritmos de negociação, e não manualmente.
O trader júnior, Tyler Forbes, foi acusado de realizar 194 operações de "spoofing" antes de ser demitido pelo BofA em 2019.
Ele se declarou culpado em abril de 2022 por manipulação de preços de títulos do Tesouro e foi condenado a dois anos de liberdade supervisionada, incluindo um ano de prisão domiciliar.
O ex-supervisor, Sidney Lebental, foi acusado de realizar 523 operações de "spoofing". Ele deixou o banco em 2021 e enfrenta um processo disciplinar da Finra.
O BofA não admitiu nem negou a má conduta ao aceitar a multa e a censura da agência. O banco, com sede na Carolina do Norte, disse em um comunicado que cooperou com o órgão regulador e tem feito investimentos significativos para aprimorar a vigilância e o treinamento.
Em um caso separado, os ex-negociadores do banco Edward Bases e John Pacilio foram condenados em março a um ano de prisão cada um por "spoofing" com metais preciosos.
(Reportagem de Jonathan Stempel em Nova York)