Investing.com – Tendências favoráveis no Brasil, mas cenário externo desafiador. O balanço da Ambev (BVMF:ABEV3) do segundo trimestre demonstrou ressalvas semelhantes ao primeiro, com analistas considerando os dados como positivos, mas com um cenário incerto diante de uma concorrência acirrada e dificuldades em países como a Argentina, que enfrenta forte crise econômica. O mercado reagiu de forma positiva, mas com alta de somente 1,12%, a R$11,71, às 14h01 (de Brasília) desta quinta, 01º de agosto.
A fabricante de bebidas reportou lucro líquido de R$2,451 bilhões no segundo trimestre, um queda de 5,6% frente ao apurado um ano antes, diante de menor dedutibilidade do imposto de renda no Brasil mais do que compensando o crescimento do Ebitda e o melhor resultado financeiro. O Ebitda ajustado somou R$5,811 bilhões, alta de 10,2% na mesma comparação. A receita líquida, por sua vez, atingiu R$20,044 bilhões, o que representa um ganho de 6,1%.
Mesmo com ventos contrários nas operações externas, principalmente Argentina e Canadá, a empresa conseguiu uma “expansão de receita combinada com alta no resultado operacional, compensando parcialmente a queda do lucro líquido advinda de maiores despesas com imposto de renda”, apontou o BB Investimentos, que avaliou os dados como favoráveis, com destaque positivo para as vendas de não alcoólicos no Brasil.
O analista entende que a desvalorização do papel é passageira e as preocupações sobre a companhia tendem a diminuir se a Ambev continuar com sólido desempenho operacional, afirmou a analista Georgia Jorge, que segue com compra no papel e preço-alvo de R$16.
Os resultados foram percebidos de forma favorável pelo BTG (BVMF:BPAC11), mas não o suficiente para mudar o sentimento e revisar a recomendação neutra, com preço-alvo de R$15. “Com a negociação de ações em múltiplos futuros mais baixos de todos os tempos, mesmo depois de contabilizar os lucros limpos após mudanças fiscais do ano passado no Brasil, está claro que o risco-recompensa parece melhor agora do que há muitos anos. No entanto, continuamos preocupados com o ambiente de concorrência”, destacam os analistas Thiago Duarte e Guilherme Guttilla.
Conquistar o poder de fixação de preços segue como um desafio, com receitas no primeiro semestre subindo abaixo da inflação, mesmo com adequação para um portfólio mais premium. “A ação carece de uma história de crescimento consistente e convincente que poderia reviver as avaliações. Parece barato quando muitas outras ações também o fazem, o que não deveria ser suficiente”, lamenta o BTG.
O Itaú BBA também considerou os dados como ligeiramente positivos, com desempenho decente em vendas de cerveja no mercado interno compensado pela maior taxa de imposto e despesas financeiras não monetárias por causa da hiperinflação na Argentina.
A reação positiva, ainda que tímida, ocorre em meio a projeções alinhadas com o balanço, apontam os analistas Gustavo Troyano e Bruno Tomazetto, “mas com o segmento de cervejas brasileiras revelando tendências melhores do que o esperado, especialmente em preços. O banco concorda que o valution está mais barato, mas considera que as perspectivas para indústria brasileira de cerveja não são claras neste momento, o que motiva a indicação neutra, com preço-alvo de R$14.
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Panorama da Ambev
A Ambev possui margens de lucro bruto impressionantes e proporciona alto rendimento ao acionista, de acordo com o InvestingPro, plataforma premium do Investing.com. No entanto, dois analistas revisaram para baixo suas estimativas de resultados para o próximo período, de acordo com as Protips, insights de inteligência artificial (IA) com base em indicadores fundamentalistas.
A pontuação geral de saúde financeira é de 2,94, acima da média de 2,75, com classificação geral boa, ou nota C, também de acordo com o InvestingPro.
A média das estimativas de modelos do InvestingPro é de um preço-justo de R$16,20, potencial de alta de 38,1%, com grau de incerteza baixo. Ao todo, são 15 modelos, que vão desde R$11,77 a R$21,93, enquanto o alvo de 19 analistas é mais pessimista, mas ainda enxerga alta, com alvo de R$15,46.
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