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Analistas esperam aumento nos lucros das empresas no 2º trimestre

Publicado 24.07.2019, 16:18
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Arena do Pavini - A temporada de balanços do segundo trimestre começou esta semana e vai até meados de agosto. E a expectativa dos analistas de corretoras e bancos é de aumento no lucro das companhias abertas em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo a Guide Investimentos, para as empresas que formam o Índice IBrX 100 acompanhadas pela corretora ou que estão em seu radar, espera-se um crescimento de 28% na geração de caixa operacional e uma alta de 69% no lucro líquido ajustado. “Ou seja: continuamos à espera de números, de modo geral, mais positivos para esses próximos balanços”, afirma a Guide.

Maioria deve melhorar resultados

Na visão da corretora, por volta de 69% das empresas devem mostrar avanços operacionais (ou financeiros) significantes no segundo trimestre. Apenas 10% devem divulgar números considerados como “negativos”. O restante, cerca de 21%, deve trazer poucas oscilações com relação ao 2º trimestre de 2018 (isto é, números mais “neutros”).

A Guide acredita que as empresas devem se beneficiar da retomada da atividade econômica (ainda gradual), taxas de juros em patamares baixos, e um ambiente mais propício ao aumento de eficiência. Deve-se observar também a queda do custo do serviço da dívida frente ao ano anterior pela queda dos juros, além da elevação da utilização da capacidade instalada nesses últimos meses.

Economia pode ter ajudado

Na XP Investimentos, a expectativa é de uma temporada de resultados relativamente fraca, frente ao cenário desafiador para a atividade econômica, que impacta as empresas domésticas. Após um primeiro trimestre decepcionante, com o PIB caindo -0,2% trimestre contra trimestre, (ou -0,6% anualizado), a XP espera uma leve recuperação no segundo trimestre, com o PIB crescendo apenas 0,3% sobre o período anterior ou 1,2% anualizado.

Com esse cenário, a corretora espera que o setor de varejo seja impactado negativamente, embora a Lojas Renner (SA:LREN3) deva continuar se destacando positivamente. Para as empresas de e-commerce, o fim do benefício fiscal da Lei do Bem também deve afetar os resultados.

Destaques para B-3 e Bradesco (SA:BBDC4)

No setor financeiro, a XP não espera um trimestre extraordinário, mas B3 e Bradesco devem ser os principais destaques. Para a Ambev (SA:ABEV3), também pode ser um segundo trimestre suave, com o volume de cerveja no Brasil crescendo 1,5% ano contra ano. Uma fraca demanda e ambiente de preços desafiador devem pesar nos resultados das siderúrgicas mais uma vez.

As companhias de aluguel de veículos deverão ser destaque positivo no trimestre, com crescimento expressivo nos volumes, avalia a XP. As companhias aéreas também devem reportar números bons, beneficiadas pelo cenário de oferta mais restrita e, consequentemente, ambiente de precificação mais benigno.

Geradoras mais fracas

As geradoras de energia devem apresentar margens mais fracas, haja vista que compraram energia para se protegerem de um cenário de chuvas mais adverso, o que acabou não acontecendo de fato. Já as distribuidoras de combustíveis podem ter margens ligeiramente mais fracas do que o esperado por terem repassado integralmente os reajustes de refinarias e por uma maior parcela de etanol nas vendas, o qual possui margem menor. A Ultrapar (SA:UGPA3) deve apresentar os resultados mais fracos da cobertura, com perda de participação de mercado na rede Ipiranga e resultados ainda pressionados em outros negócios, espera a XP.

Sobre as exportadoras, a XP espera um trimestre forte para os frigoríficos com preços e exportações mais altas, com destaque para a JBS (SA:JBSS3). Do lado negativo, o setor de papel e celulose deve ser impactado pelos preços pressionados para baixo da celulose, enquanto as mineradoras devem ser beneficiadas pelos preços mais altos do minério de ferro, mais de 60% no ano, embora os resultados da Vale (SA:VALE3) devam ser parcialmente impactados por custos elevados.

Brasil será destaque na América Latina, diz Itaú BBA

Olhando a América Latina, os analistas do Itaú BBA esperam resultados mistos para as empresas abertas da região neste segundo trimestre, com o Brasil apresentando um desempenho superior. O banco revisou o preço-alvo do Ibovespa de 110 mil para 118 mil pontos para o fim de 2019, dado o cenário de juros básicos mais baixos no Brasil.

Com base nesse cenário, o Itaú BBA atualizou suas recomendações de ações. E adicionou Arcos Dorados, Randon (SA:RAPT4) e Banco del Bajío, removendo Copec do portfólio de América Latina e TIM (SA:TIMP3) da carteira de Brasil.

Depois de ler as prévias dos analistas, o banco concentrou em 16 nomes os melhores resultados da região. E reiterou uma aplicação maior em Brasil e redução no México e na Colômbia.

Do ponto de vista de país, os principais destaques do trimestre devem ser o sólido desempenho no Brasil e a desaceleração no Chile e no México. As estimativas agregadas dos analistas do Itaú BBA indicam uma boa temporada de lucros no Brasil, que deve manter as mesmas tendências de crescimento dos últimos 12 meses; as receitas e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Lajida ou Ebitda) devem crescer 10% e 14%, respectivamente, sobre o mesmo trimestre do ano passado. O lucro pode ter um desempenho ainda melhor, com crescimento de 221%.

Os números para o Chile sugerem uma desaceleração nas receitas, para 3% sobre o ano anterior (ante 10% de crescimento nos últimos quatro trimestres), e uma contração de 7% para o Ebitda (ante 9% nos últimos quatro trimestres), com as empresas de celulose e papel sofrendo e a Compania de Cervejarias Unidas (CCU) afetada por eventos. O lucro das empresas chilenas deve cair 7% no segundo trimestre em relação ao mesmo trimestre de 2018.

No México, as estimativas dos analistas do Itaú BBA apontam para uma contração de receita de 2%, impulsionada por empresas de Matérias-Primas, Alimentos e Bebidas, Mineração e Mídia, enquanto o Ebitda cresce 2,3%. O lucro líquido deve subir 20%.

Do ponto de vista dos setores, os analistas projetam bons resultados gerais para os bancos, transportes e logística brasileiros, siderurgia e mineração, saúde, construção civil e restaurantes no Brasil. Esperam ainda resultados fracos para nomes da indústria de Cimento, Papel e Celulose no Brasil e Chile e para as empresas de consumo andinas.

Por Arena do Pavini

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