Por Luciano Costa
SÃO PAULO (Reuters) - A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu nesta terça-feira, por unanimidade, estabelecer prazo de seis meses para a retomada das condições operativas da usina hidrelétrica Risoleta Neves, atingida pelo rompimento de uma barragem de rejeitos de mineração da Samarco, em 2015.
Confome a Reuters publicou mais cedo nesta terça-feira, os investimentos em reparação da usina podem superar o custo de construção da hidrelétrica no rio Doce.
A usina, com capacidade de 140 MW, é um empreendimento controlado pela Vale (SA:VALE3), que também é acionista da Samarco, joint venture da empresa com a anglo-australiana BHP.
Em meio a cobranças da Aneel pelo avanço de trabalhos para retomada do funcionamento da usina, o consórcio tem defendido que a atribuição pelas medidas de recuperação seria da Samarco e da Fundação Renova (SA:RNEW11), criada por Vale e BHP para coordenar esforços de reparação do desastre.
Nos documentos enviados à Aneel, o consórcio dono da hidrelétrica disse anteriormente que "o cenário atual é o de um reservatório completamente inundado por rejeitos de minério", o que exigirá diversos trabalhos de engenharia civil, de minas e ambiental até que a usina possa operar sem que os equipamentos sejam danificados.
Segundo a Renova, a retirada dos rejeitos "depende, entre outros fatores, de um adequado local para sua destinação". A empresa pretende depositar o material na chamada Fazenda Floresta, mas as estruturas necesssárias para a operação são alvo de análise no processo de licenciamento.