Por Barbara Lewis
LONDRES (Reuters) - A mineradora Anglo American (LON:AAL) vai retomar a produção de minério de ferro em sua mina Minas-Rio, no Brasil, apenas no quarto trimestre de 2018, após vazamentos em um mineroduto, reduzindo o Ebitda anual do grupo entre 300 milhões e 400 milhões de dólares.
A notícia fez as ações da companhia passarem a cair 1,2 por cento mais cedo nesta segunda-feira, conforme analistas apontavam que o problema prejudica mais as operações do que se pensava anteriormente, embora a produção do grupo em geral tenha ficado em linha com as expectativas.
A companhia como um todo reportou uma alta de 4 por cento na produção total em base equivalente de cobre no primeiro trimestre de 2018 quando na comparação com o mesmo período de 2017, citando ganhos de eficiência.
Mas o projeto Minas-Rio, no Sudeste do Brasil, o maior em desenvolvimento na Anglo, tem sofrido repetidos atrasos e está parado devido a investigações sobre vazamento em seu mineroduto de mais de 500 quilômetros que ajuda a empresa a entregar seu produto a mercados exportadores.
A Anglo disse que espera uma retomada no projeto no último trimestre e estimou a produção em 2018 em 3 milhões de toneladas --o que representa o volume já produzido até o momento neste ano. Isso significaria uma queda de 30 por cento na comparação com 2017.
Cada seção do mineroduto será checada e testada e as operações serão retomadas uma vez que as autoridades brasileiras deem seu aval.
Em um comunicado, o CEO da Anglo, Mark Cutifani, também disse que a Anglo trabalha junto a sindicatos para acertar "termos apropriados para aproximadamente 35 por cento dos nosso empregados no Minas-Rio que ficarão um período prolongado em recesso". O projeto emprega cerca de 2,5 mil pessoas.
Apesar dos problemas no Minas-Rio, as ações da Anglo American subiram quase 15 por cento no ano, um desempenho acima do de seus rivais.
(Reportagem adicional de Justin Varghese, em Bangalore)