Por Ana Julia Mezzadri
Investing.com - Os dados de vendas no varejo de janeiro, publicados nesta sexta-feira (12) pelo IBGE, indicam queda de 0,2% em relação a dezembro e de 0,3% em relação a janeiro do ano passado.
O desempenho ficou levemente abaixo das expectativas de consenso do mercado, assim como da projeção da XP Investimentos, que divulgou um relatório sobre o que o número quer dizer para as ações de companhias do setor.
Na perspectiva da corretora, o cenário é diferente para cada um dos segmentos dentro da indústria varejista.
Semi-duráveis
Em relação ao segmento de bens semi-duráveis, a XP acredita que o desempenho negativo tenha tido como principais motivos o fim do auxílio emergencial, o aumento da incerteza em relação à pandemia e os preços altos causados pelo desbalanceamento da oferta e pela alta do dólar.
Nessa categoria, a corretora defende que o cenário de curto prazo deve seguir desafiador, pois os fatores que causaram impacto recentemente devem perdurar.
No segmento, a XP tem como preferências as ações de Lojas Americanas (SA:LAME4), com recomendação de Compra e preço-alvo de R$ 36, e B2W (SA:BTOW3), também Compra, com preço-alvo de R$ 121. Para essas companhias a corretora enxerga ainda possíveis acontecimentos positivos ao longo do ano, como a evolução da fusão entre elas, aquisições e avanços na parceria da Lojas Americanas com a BR Distribuidora (SA:BRDT3).
No fim da tarde desta sexta-feira, por volta das 17h10, o papel da Lojas Americanas caía 3,16%, a R$ 21,59, enquanto o da B2W registrava queda de 4,55%, a R$ 64,35. Na mesma direção, o Ibovespa perdia 0,92%, aos 113.930 pontos.
Supermercados
Também para essa categoria, os principais pontos de pressão devem ter sido, segundo a XP, a remoção do auxílio emergencial e as preocupações com a pandemia.
No entanto, diferentemente do segmento de semi-duráveis, as empresas dessa categoria devem, na visão da corretora, manter resultados sólidos no curto prazo, considerando que o isolamento social deve permanecer e que, mesmo com a remoção do auxílio, o segmento segue em crescimento.
A preferência da XP é o Assaí (SA:ASAI3), que também leva recomendação de Compra, com preço-alvo de R$ 120, por ver potencial de crescimento e considerar os múltiplos atuais atrativos. Perto do fim das negociações de hoje, a ação tinha queda de 1,27%, a R$ 72,56.
Vestuário e calçados
A visão da corretora para a categoria segue cautelosa no curto prazo, com o acirramento das restrições à mobilidade. “Entretanto, vemos o setor como um dos prinicipais beneficiários da recuperação econômica e da retomada da normalidade”, diz a XP, que aponta ainda para a possibilidade de demanda reprimida.
A favorita da corretora no segmento é o Grupo Soma (SA:SOMA3), com recomendação de Compra e preço-alvo de R$ 17, “por ser uma empresa com maior exposição ao canal digital e ao segmento de vestuário de luxo, ao mesmo tempo em que tem diversas iniciativas internas que devem destravar valor”. O papel subia 0,07%, a R$ 13,46, no momento da escrita.
Artigos farmacêuticos, perfumaria e cosméticos
Para essa categoria, a XP aponta que a performance tem sido sustentada pela maior oferta de serviços nas farmácias, sobretudo pela oferta de testes para a Covid-19. Assim, a expectativa é que a performance do segmento siga resiliente no curto prazo.
Finalmente, a preferência da corretora é a Pague Menos (SA:PGMN3) (Compra, preço-alvo R$ 13), pois a empresa deve seguir apresentando resultados sólidos e melhorar vendas e rentabilidade. A ação tinha queda de 0,22%, a R$ 8,94, às 17h10.