Por Ana Julia Mezzadri
Investing.com - O balanço do segundo trimestre divulgado pela Usiminas (SA:USIM5) na manhã desta sexta-feira (30) surpreendeu positivamente os mercados, atingindo ou superando as expectativas da maioria dos analistas. A companhia registrou lucro líquido de R$ 4,543 milhões, ante R$ 1,205 milhões no primeiro trimestre.
Depois da divulgação dos números, perto do fechamento do mercado, a ação tinha queda de 1,25%, a R$ 20,58, em meio a queda generalizada dos papéis do Ibovespa, que operava em forte queda de 2,92%, aos 122.011 pontos.
Nesta sexta, a siderúrgica recebeu recomendações de Compra do BTG Pactual e Neutra da XP Investimentos, do Banco Inter e da XP Investimentos, com preço-alvo médio de R$ 21,77.
O Ebitda recorrente de R$ 3,53 bilhões representou alta trimestral de 46%, e ficou 2% acima da projeção do BTG (SA:BPAC11). A alta no indicador, segundo o banco, deve-se a aumentos sequenciais nos preços do minério de ferro e do aço, além de vendas domésticas mais fortes. A receita líquida, por sua vez, foi de R$ 9,596 milhões, alta trimestral de 36% e 28% acima da estimativa do Inter.
O Ebitda do aço, por sua vez, atingiu R$ 2,02 bilhões, alta trimestral de 60%, e ficou 1% acima da expectativa do BTGe 3% acima da XP. A margem foi de 26,1%. A receita líquida por tonelada apresentou alta de 28% em relação aos três primeiros meses do ano.
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As vendas totais, de 1,315 Mt, foram as melhores desde 2014, superando os números do 1T21 em 5%, a expectativa do BTG em 2% e a da XP em 3%. Analistas destacam a força do mercado interno como motor de crescimento.
O segmento de mineração também se destacou, alcançando Ebitda recorde de R$ 1,5 bilhão (+38% t/t), cerca de 10% acima da expectativa do BTG e 15% da XP, impulsionado pelo preço do minério de ferro e por menores vendas CFR (Cost and Freight). A receita do setor, por sua vez, ficou em R$ 2,084 milhões, alta de 41% t/t e 25% acima das projeções do Inter.
O fluxo de caixa livre, segundo o BTG, também merece destaque e permitiu que a companhia reduzisse sua alavancagem financeira. A XP destaca ainda a alavancagem de -0,02x, contra 0,3x no trimestre anterior, resultado de melhores números operacionais e um câmbio mais baixo.
Na visão do Inter, com isso “a companhia fecha o semestre com posição de caixa robusta, deixando-a em situação confortável para os grandes dispêndios futuros em termos de investimentos”.
Para os próximos trimestres, o BTG espera que os preços mais altos continuem impactando os resultados. “Estamos confiantes de que a Usiminas pode continuar a surpreender positivamente o mercado com suas divisões centrais de aço/minério de ferro, principalmente devido a tendências positivas de preço”, afirma o banco.
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A XP também espera resultados positivos, mas por motivos diferentes: “Não vemos espaço para mais aumentos de preço no curto prazo. Entretanto, acreditamos que a companhia possa reportar resultados melhores no terceiro trimestre, seguindo uma melhora do setor automotivo.” A Ativa concorda, apontando que a produção de veículos deve crescer aproximadamente 22% em comparação com o 3T20.
A corretora, porém, é menos otimista que seus pares, ainda que compartilhe da visão positiva: “Enxergamos um mercado de minério de ferro menos aquecido na segunda metade do ano com a desaceleração da demanda da China e, portanto, levando em consideração que a companhia já produz perto de sua capacidade máxima atual, acreditamos que a sua divisão de mineração pode apresentar resultados menos agressivos nos próximos períodos devido à acomodação do preço do minério, porém ainda muito confortáveis.”
A Ativa aponta ainda alguns riscos, como restrições na produção de aço por autoridades chinesas, que podem diminuir a demanda por minério, e a formação de estoques defensivos de aço por alguns segmentos da economia, que pode enfraquecer a demanda.
O guidance de venda de aço para o terceiro trimestre foi fixado entre 1,2Mt e 1,3Mt, indicando estabilidade, o que o BTG considera positivo. As projeções de vendas de minério ferro também foram atualizadas para 9 milhões de toneladas.