Automob (AMOB3) estreia na B3 – veja as principais metas do CEO

Publicado 16.12.2024, 11:23
© Automob

Investing.com – A rede de concessionárias de veículos leves e pesados Automob estreia na bolsa de valores brasileira nesta segunda-feira, 16 de dezembro, com mais de R$13 bilhões de faturamento bruto. A companhia passa a ser listada após a Vamos (BVMF:VAMO3), do grupo Simpar (BVMF:SIMH3), concluir sua reorganização societária. Com ticker AMOB3, as ações registram alta de 217% às 11h22 (de Brasília), cotadas a R$0,54.

A companhia se diz o maior grupo de concessionárias do Brasil, com portfólio robusto de marcas, produtos e serviços. A nova companhia conta com 188 lojas em 12 estados, 5,2 mil funcionários, um Ebitda de R$439 milhões e receita líquida de R$12,1 bilhões, de acordo com visão geral do terceiro trimestre deste ano.

“São 35 marcas, com concessionária de carro, moto, caminhão, máquina agrícola. A gente nasce grande, diversificado, com portfólio único”, destaca o CEO da Automob, Antonio Barreto. Entre as 28 marcas de automóveis leves disponíveis em 126 lojas, estão BMW, Toyota, Jaguar, Mini, Jeep, Fiat, Volvo, entre outras. Para veículos pesados, são 7 marcas, incluindo Komatsu e Fendt, em 62 lojas.

A inspiração do mercado da companhia, segundo Barreto, é os Estados Unidos. “Usamos o mercado americano muito como uma referência para aprender”, aponta, indicando que o modelo ainda precisa crescer no Brasil, mas pode se inspirar em regiões que são consideradas com maior maturidade neste ramo de atuação.

Além disso, a empresa monitora o ciclo de aperto monetário em andamento e como taxas de juros mais elevadas podem afetar os negócios. “Ainda que o momento de taxa de juros possa ter algum impacto, a gente ainda está vendendo um produto essencial na vida do cliente”, argumenta o CEO, indicando que a empresa vai buscar diversificar as receitas, com foco também em serviços pós-venda, como seguros e blindagens.

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Confira a entrevista com o CEO:

Investing.com – Qual a importância desse movimento de estreia na bolsa para o desenvolvimento dos negócios?

Antonio Barreto – O grupo tem se desenvolvido muito com essa agenda no mercado de capitais e abertura de capital, com Simpar, Movida (BVMF:MOVI3), Vamos, e a agora a Automob.

A gente deixa sempre muito claro que abrir capital não é um fim nem um objetivo, mas a gente acredita que é um meio para ajudar o negócio a se desenvolver e se perpetuar.

Então, tendo esse nível de governança, de divulgação de informação, de relação com o mercado, entendemos isso como uma alavanca para o nosso desenvolvimento. Então, de maneira muito positiva, assim como tem sido na história do grupo. De uma maneira diferente, a listagem está se dando pela entrega das ações aos acionistas da Vamos para a reorganização ser através do spin-off. Mas, de toda forma, a empresa nasce listada e entra numa nova fase. Estamos bem animados.

Inv.com – Quais são os próximos passos para consolidação do modelo de negócios da companhia no Brasil? Há inspiração em algum mercado externo?

Barreto – A gente acompanha muito o mercado americano, que é muito evoluído, com várias empresas listadas em bolsa e um nível bem avançado já de desenvolvimento. Tem duas que faturam 30 bilhões de dólares, só para dar exemplo, e com um modelo de negócio igual o nosso, que tem crescido muito, eles crescem muito organicamente e crescem muito por aquisição.

Esse negócio lá e aqui é muito pulverizado e tem passado por uma transformação. Acompanhamos bem aquele mercado, pois são referência em uma das novas fases que a gente vê aqui, que é o desenvolvimento do negócio de seminovos.

E aqui no Brasil a gente está só começando. Lá também tem ótimas referências de empresas que atuam no mercado de seminovos. Tem duas muito grandes listadas, que a gente também acompanha muito bem. Uma é muito focada no mundo digital e outra é uma combinação do digital e da loja física, que é um modelo que a gente acredita e tem começado a desenvolver aqui. Usamos o mercado americano muito como uma referência para aprender.

E, obviamente, em alguns aspectos eles estão mais avançados do que a gente e isso nos ajuda, mas o modelo de negócio é muito parecido. O investidor ver uma ação nova no mercado, mas com características muito semelhantes em outros mercados, mais maduros.

Inv.com – Como a companhia enxerga o momento de mercado para sua atuação em meio ao ciclo de alta na taxa de juros? Vai ser uma dificuldade adicional?

Barreto – No nosso dia a dia, como qualquer empresa, temos que fazer nossa parte, com controle de custo, otimização de processos, o que já era uma agenda nossa e vamos continuar fazendo. E, do ponto de vista de negócio, vamos focar no melhor serviço para o cliente. A gente vende serviços essenciais. Parte do negócio é venda de serviço pós-venda e temos um foco muito grande nisso. E, na própria venda de carro novo e seminovo, também é um bem essencial.

Ainda que o momento de taxa de juros possa ter algum impacto, a gente ainda está vendendo um produto essencial na vida do cliente. O nosso papel é prestar o melhor serviço possível para fidelizar o cliente e continuar desenvolvendo o nosso negócio. E, nesse meio tempo, a gente tem toda uma agenda, como o grupo cresceu nos últimos anos com algumas aquisições estratégicas. No total foram 10. Nós temos um dever de casa muito grande de integração, sinergia, redução de custos.

Inv.com – Vocês têm alguma meta em relação ao aumento de receita em outras verticais, por exemplo? Como é que vocês vão atuar para essa diversificação?

Barreto – Eu acho que, do ponto de vista de faturamento mesmo, grande parte do crescimento orgânico deve vir da expansão da venda de seminovos. Isso é uma alavanca importante na nossa tese.

E segundo, cada vez mais a gente entender as necessidades dos clientes e vender serviços adicionais. Hoje a gente já tem um serviço robusto de venda de financiamento, mas a gente tem que estruturar para vender outras coisas e usar essa relação com o cliente. Vender mais seguro, vender mais consórcio. Aqui em São Paulo, vender blindagem. E outras iniciativas de fazer com que a gente mantenha o cliente com mais tempo conosco no serviço de pós-venda. Temos várias iniciativas nesse sentido para otimizar o ponto de venda, mas também para garantir que as necessidades relacionadas ao que a vendemos, para que o cliente consiga ser atendido conosco, fique mais tempo conosco.

Inv.com – Quais os planos de maior pulverização da companhia além de SP? Mira em fusões e aquisições ou estão descartados por enquanto?

Barreto – A gente trabalha muito para crescer de maneira orgânica sem precisar fazer aquisição. O que é isso? Em alinhamento com as montadoras que a gente já representa, com as novas regiões, ou montadoras novas que a gente não representa. Então esses são importantes vias de crescimento da concessionária.

E segundo, sobre o negócio de M&A, o grupo, como eu comentei, realizou várias aquisições. Delas, três a gente fez com parte em ações, mesmo sem ter uma ação listada nem nada. Então, tendo uma empresa listada, com alguma liquidez, é bem provável que isso possa ajudar em alguns movimentos estratégicos.

Pode ser que uma combinação dessas avenidas vá fazer parte da evolução da empresa uma. Mas a gente só começou, a nossa presença ainda é muito limitada a algumas regiões. Então com certeza tem muito espaço de desenvolvimento indo para diversas outras regiões do Brasil.

Inv.com – Algum outro fator que você considera relevante e que gostaria de mencionar no conteúdo ou uma mensagem para o acionista nesse início de negociações?

Barreto – Eu acho que é bacana mencionar que a gente nasce grande, com 12 bilhões de reais de receita líquida, 13 bilhões de reais de receita bruta. Ainda, nascemos bem diversificados em relação ao tipo de produto e tipo de marca. São 35 marcas, com concessionária de carro, moto, caminhão, máquina agrícola. A gente nasce grande, diversificado, com portfólio único. Então acho que isso é muito bom para a gente passar por eventuais volatilidades de setores específicos e também para a gente ter diferentes avenidas de desenvolvimento. Para os investidores, é uma oportunidade de olhar essa diversificação e enxergar essas diferentes avenidas de crescimento.

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