Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O tom negativo prevalecia na bolsa paulista nesta sexta-feira, após três pregões consecutivos de altas relevantes do Ibovespa, conforme os mercados permanecem voláteis no mundo na esteira de preocupações com a pandemia do novo coronavírus.
Às 11:38, o Ibovespa caía 5,62%, a 73.345,59 pontos. O volume financeiro somava 5,47 bilhões de reais.
Até véspera, o Ibovespa subia quase 16% na semana, apoiado em recuperações técnicas e esforço global para a contenção dos efeitos do Covid-19 nas economias.
Nesta sessão, contudo, os pregões na Europa e índices acionários norte-americanos voltavam a refletir movimentos de aversão a risco anteriores. Os preços do petróleo no exterior também recuavam.
"O mercado começa a analisar os reais impactos dos pacotes de medidas aprovados para combater a pandemia, além disso, os EUA continuaram o avanço no número de infectados... passando China e Itália", citou a Terra Investimentos.
Para os analistas Régis Chinchila e Sandra Peres, o Ibovespa deverá manter forte volatilidade, acompanhando o mercado externo, conforme nota a clientes.
Nos Estados Unidos, a Câmara dos Deputados deve votar nesta sexta-feira o pacote de 2 trilhões de dólares em estímulos econômicos em resposta aos efeitos da pandemia.
Já parlamentares da União Europeia adiaram na quinta-feira em duas semanas o prazo para chegar a um acordo abrangente sobre um pacote de resgate econômico.
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estimou nesta sexta-feira que cada mês que as principais economias passam em confinamento diminuirá em 2 pontos percentuais o crescimento anual.
"Na fase atual, com as pessoas em isolamento em muitos países, o que está sendo discutido entre governos e especialistas em saúde e o prazo que deve durar a quarentena", chamou a atenção a corretora Mirae Asset.
Para os analistas Fernando Bresciani e Pedro Galdi, a decisão para este tema "é que vai sinalizar se o mundo caminha para uma retomada em 'V', 'U' ou 'L'".
DESTAQUES
- LOCALIZA ON (SA:RENT3) caía 11,6%, entre as maiores quedas, em meio a preocupações sobre o efeito de ações de quarentena nos resultados de empresas, que levou à paralisação de várias atividades no país.
- BRASKEM PNA (SA:BRKM5) recuava 5,9%, também em sessão de ajustes, após acumular valorização de mais de 90% nos últimos três pregões.
- SABESP ON (SA:SBSP3) avançava 1%, entre as poucas altas da sessão, tendo no radar resultado do quarto trimestre, que apesar da queda no lucro, ficou acima do esperado, com crescimento no volume faturado de água e esgoto.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) cedia 6,7%, acompanhando o declínio dos preços do petróleo no mercado externo.
- VALE ON (SA:VALE3) perdia 4,7%, conforme os contratos futuros de minério de ferro na China marcaram sua primeira queda semanal em quatro nesta sexta-feira, com o aumento das consequências econômicas da pandemia de coronavírus.
- BRADESCO PN (SA:BBDC4) e ITAÚ UNIBANCO PN recuavam 6,5% e 6,1%, respectivamente. BANCO DO BRASIL ON (SA:BBAS3) caía 7,8% e SANTANDER BRASIL UNIT (SA:SANB11) cedia 8,75%.