Investing.com – As ações da companhia aérea Azul (BVMF:AZUL4) disparavam nesta terça-feira, 14, em repercussão ao balanço da empresa. Às 12h13 (de Brasília), os papéis apresentavam valorização de 5,20%, a R$16,19.
O lucro operacional aumentou 137,1%, chegando um recorde de R$957,4 milhões, expansão de R$553,6 milhões frente ao 3T22, com margem de 19,5%, acréscimo de 10,3 pontos percentuais na mesma análise.
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O EBITDA alcançou recorde histórico e somou R$1,6 bilhão, alta anual de R$626,0 milhões ou 67,7%. A margem de 31,6%, representa adição de 10,4 pontos percentuais. Já a receita operacional também foi recorde, de R$4,9 bilhões, expansão de 12,3% em relação ao 3T22.
“Como resultado de nosso forte fluxo de caixa operacional, da nova captação de recursos e do sucesso de nosso plano de otimização de capital, nossa posição de liquidez imediata atingiu R$ 3,5 bilhões no trimestre. As entradas de caixa operacionais superaram as saídas em mais de R$ 1,7 bilhão, e continuamos a desalavancar com mais de R$3,2 bilhões em pagamentos de arrendamento, amortizações de dívidas e pagamentos diferidos”, destacou a Azul em release de resultados.
Na visão da Ativa Investimentos, a companhia apresentou bom resultado devido ao êxito no repasse de preços e maior eficiência diante de redução com custos de combustíveis, ainda que com aumentos de tarifas dos aeroportos.
“Observando uma crescente demanda, êxito no repasse de preços e assim, tendo registrado receitas operacionais em linha com as nossas projeções, Azul conseguiu observar menores custos e despesas em função da queda dos preços de QAV neste trimestre, o que levou o seu Ebitda à ser maior do que esperávamos”, apontou o analista Ilan Arbetman.
Arbetman ainda menciona o aumento da liquidez, com ajuste no cronograma de amortização da empresa, que agora passa a prever maiores volumes somente a partir de 2028. No entanto, a Ativa segue com indicação neutra, pois avalia que câmbio, a política da Petrobras (BVMF:PETR4) e preço do querosene de aviação, assim como o cenário macro, podem seguir pesando nos papéis nos próximos meses. O preço-alvo é de R$32.
Balanço preliminar, mas expectativa é de que não haja ajustes
Segundo a Azul, os resultados são preliminares, devido ao plano de otimização de capital, gerando novos contratos com praticamente todos seus arrendadores e fabricantes de equipamentos. No entanto, a empresa não espera realizar ajustes. A companhia aérea pretende finalizar os trabalhos até 30 deste mês.
“Devido ao considerável volume e complexidade de trabalho para assegurar que todos os efeitos desses contratos estejam corretamente refletidos nas demonstrações financeiras, não foi possível para a Companhia e os auditores independentes concluírem esse trabalho dentro de 45 dias após o encerramento do trimestre, que é o prazo exigido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para uma análise trimestral limitada”, informou a Azul em fato relevante.
Alteração de projeções
Também em fato relevante, a Azul revisou seu guidance. Agora, a companhia aérea projeta alta de 11% na oferta total neste ano, contra expectativa anterior de 14%. O ajuste ocorre devido “principalmente aos atrasos dos fabricantes na entrega de novas aeronaves e à alta nos preços do combustível”, conforme o documento. A companhia aérea elevou a projeção da métrica de receita RASK no quarto trimestre de 2023 de estável para aumento de 3% a 5%.
Ainda, para o Ebitda deste ano, a projeção caiu de R$5,5 bilhões para R$5,2 bilhões, enquanto para o ano que vem, subiu de R$6 bilhões para R$6,3 bilhões. A diminuição em 2023 ocorre “devido à recente volatilidade no preço do combustível e à redução na capacidade, juntamente com menores volumes de carga internacional”, ao passo que a elevação de 2024 é motivada pela “maior do que a perspectiva anterior principalmente devido à continua força na demanda e a um maior aumento no recebimento de aeronaves de última geração na frota.”
A companhia aérea aumentou a previsão da alavancagem de 3,5x para em torno de 3,7x no final deste ano, mas manteve a do ano que vem em 3,0x. “A alavancagem ligeiramente maior em 2023 é resultado principalmente do ajuste no Ebitda esperado para 2023”, reforça a Azul.