Investing.com – Analista do banco JP Morgan cortou o preço-alvo das ações preferenciais da Azul (BVMF:AZUL4), que passou de R$19 para R$8,50, conforme relatório divulgado a clientes e ao mercado nesta terça-feira, 10. A indicação para a companhia aérea segue neutra até que haja maior clareza na gestão de passivos, considerando o momento atual como um “ponto crítico”.
Mesmo assim, o alvo representa potencial de valorização de cerca de 100% para o papel. Às 14h28 (de Brasília), as ações preferenciais da Azul recuavam 1,23%, a R$4,02.
A companhia, segundo o analista Guilherme Mendes, estaria lidando com a turbulência em meio à negociação com arrendadores, incluindo incertezas sobre potencial recuperação judicial nos EUA (Chapter 11).
“A Azul teve um desempenho materialmente inferior ao do mercado nas últimas duas semanas devido às notícias de um potencial Chapter 11, o que foi negado pela empresa. Na nossa opinião, a empresa está num ponto crítico”, destacou o JP Morgan, mencionando as negociações de passivos com arrendadores.
Segundo o banco, os acionistas estão expostos ao risco de diluição do capital. “Caso a empresa e seus arrendadores cheguem a uma solução definitiva, potencialmente envolvendo uma diluição patrimonial, acreditamos que a Azul pode embarcar em um novo capítulo, facilitando negociações mais favoráveis para outras alternativas de liquidez com os detentores de títulos”, aponta Mendes, citando alternativas como novos títulos tendo o negócio de cargas como garantia.
No entanto, caso não haja um acordo, as chances de que a empresa entre com pedido de Chapter 11 aumentam. O banco estima um consumo de caixa de R$ 550 milhões no segundo semestre deste ano, diante do vencimento da dívida.