Investing.com - Na tarde desta sexta-feira, as ações da Azul (SA:AZUL4) caem 1,56% a R$ 33,40, com notícia de que a companhia aérea estuda fazer uma proposta para adquirir a Avianca Brasil. A declaração foi dada por David Neeleman, fundador e presidente do conselho de administração da Azul ao site do Valor Econômico.
Atualmente, a Avianca é controlada pela Synergy Group, dos irmãos José e Germán Efromovich, e tem dívidas de R$ 493,9 milhões, tendo entre os principais credores a Petrobras (SA:PETR4) (R$ 60,7 milhões), o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (R$ 49,9 milhões), GE Celma (R$ 48,5 milhões) e Pratt & Whitney (R$ 28,9 milhões)
Ao jornal, o executivo declarou que está disposto “a fazer algo que seja melhor para a Azul e os credores da Avianca”. Segundo ele, quando uma empresa entra em recuperação judicial, está com alto endividamento e com recursos insuficientes. Dessa forma Neeleman confirma que se a empresa estiver a venda, a Azul tem interesse.
Para a Azul, a Avianca é uma boa oportunidade, por possuir slots em aeroportos como como Guarulhos, Congonhas e Santos Dumond, que possibilitaria expansão importante para a companhia fundada por Neeleman.
Ontem, o presidente Michel Temer assinou uma Medida Provisória (MP) que permite o capital estrangeiro ter o controle de 100% de uma companhia aérea no país, segundo o site do jornal Valor Econômico. A legislação atual permite a participação estrangeira em até 20% no capital social de uma aérea. O jornal também informa que a edição da MP foi combinada com Paulo Guedes, futuro ministro da Economia do governo eleito de Jair Bolsonaro.
A medida assinada pelo presidente poderá ajudar a retomada da Avianca, que mexeu com o setor nesta semana ao entrar com pedido de recuperação judicial. A companhia poderá receber aporte de um grande investidor externo para se recapitalizar e pagar os credores.
Segundo o Valor Econômico, a americana United já havia feito uma parceria com a Avianca Holdings na Colômbia. Em entrevista à Reuters, o investidor German Efromovich, controlador da Avianca Holdings, disse considera a MP uma "boa notícia" e que está negociando com fundos a injeção de capital na companhia aérea.
Esclarecimento
Em nota de esclarecimento à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Azul esclarece que seu fundador e Presidente do Conselho, David Neeleman, estava se referindo ao dever fiduciário da empresa de avaliar potenciais oportunidades de mercado. "A empresa atualmente não está engajada em negociações para fazer uma oferta de compra da Avianca Brasil".
Em entrevista à Reuters, o presidente-executivo da Azul, John Rodgerson, disse não haver nenhum plano para uma oferta de aquisição da Avianca Brasil neste momento e que vai aguardar o desenrolar da recuperação judicial da rival. Ele reforçou a mensagem da nota da empresa na CVM de que a Azul tem a obrigação de analisar continuamente o setor que está inserido, mas que "não tem nada acontecendo agora". "O processo de recuperação judicial deles é bem novo (...) É capaz de, no futuro, darmos uma olhada, mas agora não tem nada em curso", disse Rodgerson.
Após o esclarecimento, as ações da Azul reduziram as perdas do dia, sendo negociadas a R$ 33,82, queda de 0,24%, às 16:07 na bolsa paulista.
*Com Reuters